Vida nos quilombos
a cor como referência
Ao falar em quilombo, já nos vem a mente uma série de conexões linguísticas correlatas ao termo como: escravidão, colônia, tráfico negreiro, alforria, etc. Talvez isso se deva ao fato do termo está ligado diretamente ao contato com a disciplina de História de Brasil, ou ainda por constituírem referenciais e construções socioculturais de jogos de poder. No segundo caso faz-se necessário o cuidado para não neutralizar essas construções como algo que já nasce pronto e acabado. É sabido o quanto um referencial qualquer: indígena, negro, branco, etc. são construções categóricas responsáveis pela manutenção e continuidade dos processos sociais.
Quando a estrutura colonial, baseada na mão-de-obra escrava, já sinalizava a falência desse modelo econômico, muitos escravos alforriados que resistiam à escravidão se organizavam em grupos conhecidos como quilombos. Embora o quilombo já fosse uma realidade na África, ou seja, já existisse como armamento militar dos guerreiros jagas, o modelo de quilombo que foi sendo articulado pelos escravos no Brasil, foi uma alternativa de viver em comunidade, isto é, entre os comuns. Além do mais, o quilombo representava o símbolo da resistência negra contra a escravidão. A escravidão do modo como foi praticada no Brasil, não foi uma peculiaridade das Américas, pois que a literatura do século XV, por meio da colonização europeia, já constata seu pleno funcionamento na África, de onde se supõe que a prática da escravidão é bem anterior ao desembarque dos colonizadores.
Palmares - o quilombo
organização social
economia
REFERÊNCIAS
BEZERRA, Antônio A. História do Brasil. Disponível em http://graduacao.ead.ufal.br/pluginfile.php/13229/mod_resource/content/1/livro%20texto.pdf . Acesso em 16/08/14.
QUILOMBO DOS PALMARES.Disponível em http://www.infoescola.com/historia/quilombo-dos-palmares/ Acesso em 15/08/14.
RODRIGUES, Gilson. História e cultura afro-brasileiras. s.l. s.d.
Embora o quilombo dos Palmares, que remota ao século 17, seja imediatamente lembrado como referência de resistência, existiram muitos quilombos espalhados pelo Brasil . Entre is maiores quilombos destaque-se o de Jabaquara, que data do século 19 na Serra de Cubatão da provinciana São Paulo. O quilombo dos Palmares foi o mais conhecido do período colonial – símbolo de resistência das guerras do açúcar. Seu principal representante foi Zumbi. O quilombo não pode ser compreendido como uma organização que buscava o isolamento. Na maioria dos quilombos observa-se a existência de complexas relações sociais, políticas e econômicas que dividia a sociedade em dois mundos completamente distintos: a sociedade quilombola e a sociedade senhorial e latifundiária.
Os quilombos tinham uma organização social bastante simples, semelhante as aldeias africanas. Cada quilombo era dividido em vários mocambos (núcleos de povoamentos). As atividades eram compartilhadas entre todos, mas havia o senso de liderança por parte de um líder que em geral comandava o quilombo, ou seja era centralizador. Essa estrutura permitiu a prática de seus costumes, hábitos e podiam praticar livremente suas tradições religiosas. Desse modo, cada quilombo tinha seu próprio chefe com poder de tomar as decisões e organizar as resistências contra os ataques militares.
Na sociedade quilombola as atividades produtivas interagiam com a economia local, produzindo-se em pequenas roças e paralelo ao comércio informal, os camponeses criaram uma economia predominantemente compartilhada por libertos, escravos, taberneiros, lavradores, vendeiros e pelos próprios quilombolas. A economia campesina criou estratégias de autonomia diferenciadas que paulatinamente estendia seus produtos agrícolas a outras rotas comerciais. Os quilombolas conquistaram e ampliaram as margens de acesso, autonomia e controle das terras para o desenvolvimento da produção agrícola. O quilombo representou para o negro a obtenção de direitos que lhes eram negados e ainda o controle sobre o seu tempo e ritmo de trabalho, convívio familiar, folga, lazer e a possibilidade de comercializar seus próprios produtos.
REFERÊNCIAS
BEZERRA, Antônio A. História do Brasil. Disponível em http://graduacao.ead.ufal.br/pluginfile.php/13229/mod_resource/content/1/livro%20texto.pdf . Acesso em 16/08/14.
QUILOMBO DOS PALMARES.Disponível em http://www.infoescola.com/historia/quilombo-dos-palmares/ Acesso em 15/08/14.
RODRIGUES, Gilson. História e cultura afro-brasileiras. s.l. s.d.
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