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Mostrando postagens de janeiro, 2023

Sociedade secreta Thule

Fundação A sociedade secreta Thule era formada por um grupo de pessoas de origem alemã, radicais nacionalistas interessado em ocultismo e que em 1918 foi fundada por Rudolf Von Sebottendorf. O nome Thule é de origem dos povos nórdicos com base em relatos míticos da existência de uma suposta Terra localizada nas proximidades da Groelândia.      A hipótese de seus fundadores é de que nessa região teria existido um povo superior aos demais. Mas, superior em quê? Em inteligência, força ou desenvolvimento? As fontes se resumem a afirmar que se tratava da civilização ariana (MOREIRA; ELIAS, 2011).      A relação entre política e religião é bem antiga, há exemplos de envolvimento por toda parte. Durante a Segunda Guerra Mundial se cogitou que as ideias extremistas de Adolf Hitler com a ideologia nazista tiveram inspiração religiosa. Os ritos cívicos que o ditador nazista exibia lembrava em muito a coesão das religiões em torno de senso comum. O nazismo alemão estaria fundamentado na doutrina

LEITURA DURKHEIM E AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA

  Palavras-chave/  Descritores: Durkheim; primitivo; Totemismo; Totem      Analisa a religião como fenômeno social baseado suas análises nas tribos aborígenes australianas. Tem como objetivo a elaboração de uma Teoria Geral da Religião considerando o Totemismo a forma mais antiga de vida religiosa. Esclarece ser possível encontrar a essência da vida religiosa. Descreve, analisa e interpreta a religião como fenômeno social. Na divisão da realidade em dois mundos (sagrado e profano) está a origem da religião. A religião é considerada pelo autor, como um sistema solidário capaz de unir pessoas em torno de um objetivo comum e partilhando a mesma visão de mundo. A religião passa a ser determinante sobre comportamentos, vestimenta, alimentação, sentimentos, estabilidade com a ordem social ou sua ruptura.       Para isso, existem elementos constitutivos que garantem sua legitimidade como as crenças, os rituais, o sobrenatural, no entanto para Durkheim tudo não passa de projeção (amor/medo) do

LEITURA PSICOLOGIA DA RELIGIÃO EM JAMES , JUNG E FREUD

Palavras-chave/  Descritores: imagem primordial; símbolos; neurose      A psicologia da religião interessa-se pela influência (reflexos ou consciente) no comportamento, ações e sentimentos humanos. Para William James, a religião possui um caráter institucional e outro pessoal, entre religiosidade sadia e enferma. Interpretou o fenômeno religioso a partir do indivíduo, suas emoções e sensações. Jung via a religião como sistemas interdependentes (Ego, self, inconsciente Pessoal, coletivo, arquétipos, etc.) que   exercem influências sobre os indivíduos. Consciente e inconsciente se relacionam reciprocamente por meio da percepção, das linhas não-racionais de comunicação como o inconsciente coletivo. O inconsciente é constituído de duas camadas: uma pessoal (interação indivíduo/ambiente) e a coletiva (instintos, complexos, arquétipos). No fundo dessas teorias, é a psique humana que produz o arquétipo sobre Deus e confrontá-lo daria origem ao caos.       Somente o rito poderia reintegrar o

ANÁLISES ANTROPOLÓGICAS DO FENÔMENO RELIGIOSO

  Palavras-chave/  Descritores: antropologia; religiosidade; religião      Numa perspectiva da antropologia, a estrutura religiosa é autônoma. Isso significa que essa estrutura não está condicionada à estrutura cultural de uma dada sociedade. Ao se institucionalizar, a experiência religiosa torna-se objeto da antropologia e de outras ciências passando a ser compreendida no contexto cultural como uma representação social. Essa abordagem exclui de entrada o aspecto sobrenatural que a experiência religiosa evoca. Pela ótica da cultura é possível investigar símbolos, escritos sagrados, tabus e uma série de elementos culturais que formam a arquitetura religiosa. Nesse sentido, os sistemas religiosos enfrentam muitos desafios em uma sociedade de contexto globalizado.      Se por um lado a globalização confere visibilidade a várias culturas, o trânsito cultural possibilita o hibridismo religioso. Enquanto sistema presente na estrutura social, a religião é considerada uma cultura porque atua c

MITO E RELIGIÃO INTERPRETAÇÃO PSICANALÍTICA DOS FUNDAMENTOS

  Palavras-chave/  Descritores: psique; arquétipos; inconsciente                Este século decepcionou as expectativas da civilização: não realizou progressos, valores humanos foram invertidos por ações delitivas, proliferações de seitas, fundamentalismo religioso e outros fenômenos do século. No de correr dos milênios, a evolução do pensamento humano passou do pensamento mítico para o lógico-racional. A realidade atual pode ser dividida em dois diferentes mundos: o primitivo e o civilizado, embora ambos sejam absorvidos pela cultura, subsistem como  sistemas antagônicos em que um vê o homem como mortal, sexuado e cultural e o outro o percebe como imortal, andrógeno e completo. Sob a lente da psicanálise o mito não é encarado como uma mentira, antes uma experiência profundamente religiosa, uma forma de compreender o mundo, as forças e o destinos impessoais, os arquétipos, os medos.       No entanto, com o desenvolvimento da civilização o mito perde seu encantamento. Para Freud as repr

HISTÓRIA GERAL DAS RELIGIÕES

  Palavras-chave/  Descritores: civilização; politeísmo; deuses               Apesar da polêmica que o termo pré-história suscita, o estudo da religião nesse período recorre a arqueologia, paleontologia e antropologia como uma possibilidade de se investigar o passado. A divisão cronológica da história nesse período segue um consenso acadêmico baseada nos primeiros eventos ocorridos no globo. As fontes mais antigas sobre a religião estão ligadas aos sepultamentos, pois sugerem pistas das primeiras práticas religiosas   como os rituais de sangue, a posição fetal dos corpos, oferendas deixadas nas urnas funerárias, objetos pessoais e ornamentações. As grutas onde viveram nossos ancestrais foram os templos do homem primitivo, os primeiros santuários e pinturas rupestres dessas cavernas comunicam o que os especialistas já desconfiavam.       Estatuetas femininas representando uma deusa-mãe são muitos comuns durante o neolítico. Com o desenvolvimento da agricultura o homem passa a desen

RITOS – rituais de passagem, iniciação e morte: estrutura e função

    Palavras-chave/  Descritores: ritos; rituais; ritos de passagem        Rito é a representação de um mito, estrutura de organização da sociedade, uma forma de legitimar as ações, conceder segurança. Dividem-se em sagrado e secular. Atribuem papeis e identidades aos indivíduos. Sua presença nas sociedades humanas unem o que há de comum no grupo. Caracteriza-se pela comunicação simbólica, repetição de atos e palavras. Os ritos estão presentes nas sociedades de várias maneiras: nas festas, no trabalho, no lar, na educação. Há os ritos de passagem que servem para marcar fases da vida (nascimento, puberdade, casamento, morte) e incluir um novo indivíduo no grupo social. Os ritos de iniciação conferem status e um novo renascimento simbólico. Os ritos mortuários preparam o indivíduo para uma pós-vida, garante segurança em sua travessia e tem a função de cronometrar o sofrimento dos indivíduos.       Os ritos fúnebres seguem a seguinte lógica: agonia, velório, exéquias, condolências

MITOS – estrutura, função e morfologia

Palavras-chave/  Descritores: mito; mitologia; deuses        Significa contar, anunciar com caráter explicativo ligado a uma cultura ou religião. Explica por meio do relato os fenômenos naturais, a origem do mundo e dos seres humanos com base em narrativas transcendentais.  Não é uma mentira, mas a primeira tentativa de explicar a realidade. Referenda um complexo conjunto de mitos que, em geral,   são interpretados por diferentes perspectivas. Pode narrar uma história sagrada ou um tempo primordial, fabuloso, as origens. Sua temática sempre deram sentido à vida humana ao responder questões profundas que a humanidade faz de si própria, sobre a vida, a verdade e o sentido das coisas.  O sentido do mito está no seu relato (religioso ou folclórico), na constância de sua narrativa e no seu caráter de ficção e de verdade, real e imaginário, sobretudo da experiência coletiva e objetivação da realidade. O mito é uma construção espontânea da realidade. Apresenta como característica as teogonias

O que é um símbolo religioso?

Palavras-chave/  Descritores: símbolo; simbólico; inconsciente        o símbolo significa a proximidade entre objetos e ideias, pois é produto das relações do homem com o mundo. Seu sentido é objetivo e visível, mas esconde um sentido. Pode ser um carácter ou uma ideia cheia de significado. Quanto a sua natureza, representa um sentimento profundo. Relaciona-se com uma verdade, uma mensagem inconsciente manifesta pela cultura. O objetivo dos símbolos é evocar emoções e impelir as pessoas a agirem, também ajudam na formação da identidade.  Caracterizam-se pelo raciocínio intuitivo e sintético, porém quando desvinculado de seu sistema perde o conteúdo mesmo estando presente em várias fases da vida e nos sentidos humanos. Assim, os desejos e vontades que habitam a região simbólica e são expressos na forma de sonhos, chistes, ações e outros conteúdos do inconsciente.       Para Jung, existem símbolos universais (inconsciente coletivo) inatos por padrão. Os arquétipos também são representaçõ