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Mostrando postagens de junho, 2015

Importância do voto para criação de uma sociedade mais livre e igualitária

Para Seng(1992) e Young (1990) (apud. SILVA JÚNIOR, 2014. p.08), a reconfiguração das teorias sobre liberdade e igualdade pelos modernos contribuem na estruturação de uma sociedade mais livre e igualitária. Mesmo considerando que “construir uma sociedade onde todos sejam livres e iguais é sem dúvida um dos maiores projetos inacabado da humanidade. Não é difícil perceber o quanto estamos longe da realização desse ideal” (SILVA JÚNIOR, 2014.p. 6). Desse modo, embora liberdade e igualdade sejam contempladas pela doutrina do jusnaturalismo, segundo o axioma de que todos os homens são iguais perante a lei, há grandes e contraditórios conflitos de interesse sobre o dimensionamento da liberdade e igualdade da vida em sociedade. Em geral esses conceitos são absorvidos sobre a ideia da esfera privada, isto é, dos interesses pessoais, no sentido oposto à natureza pública ou coletiva 1 . Na concepção dos gregos, só era possível assegurar igualdade e liberdade, por meio da participação na póli

Shumpeter, Downs e Dahl: importância do cidadão para a democracia pluralista

A democracia pluralista é um modelo que reconhece no cidadão um importante papel na definição da política pública, pois para essa corrente de pensamento, através do pleito eleitoral os cidadãos têm o poder de tomar decisões que lhes são mais favoráveis e traduzam suas reais necessidades. No entanto, reconhece que esta participação não é direta, isto é, não cabe ao cidadão deliberar sobre as decisões políticas, pois ao escolher por meio do voto aqueles que os representarão, o eleitor atua como mero coadjuvante das plataformas políticas. Para compreendermos melhor, vejamos os principais argumentos levantados por três pensadores dessa corrente. Como observa Joseph Schumpeter, existem praticamente dois grupos que disputam o poder, os grupos políticos e os eleitores propriamente dito. Para o autor, o objetivo do eleitorado nessa disputa política, resume-se em definir qual grupo político subirá no poder para governar e decidir as demandas, ou seja, maximizar soluções para os problemas qu

Deliberativos e Participacionistas

Existem diferentes linhas de divergências sobre qual seria o melhor modelo de participação política em um Estado de direito democrático que fosse ao mesmo tempo capaz de garantir as liberdades individuais e coletivas. Na teoria ou modelo deliberativo, também chamado de argumentativo, a defesa é pela participação coletiva (mas não-comunitário), como assinala o princípio “D”. O princípio “D”, abrange tanto os indivíduos interessados pelas decisões políticas como aqueles que se dizem afetados pela sua ação. Trata-se de uma política capaz de formar uma opinião, opinião forjada, no dizer de Habermas (apud., autor, ano), sem recorrer à obrigações de tomada de decisões. A teoria deliberativa é formada pela esfera pública (com função de reforçar os problemas sociais), opinião pública (liberdade de expressão e associação) e sociedade civil (movimentos, associações e organizações). Outra corrente que vai construir sua teoria sobre a liberdade e participação é denominada de Participacionista

Analisando o filme BESOURO

Em linhas gerais, trata-se de um filme ambientado em Santo Amaro, numa cidade localizada no recôncavo baiano do Estado da Bahia. Portanto, no filme estão muito presentes as relações sociais que se deram entre ex-escravos, feitor e senhor de engenho, estendidas mesmo após a abolição da escravatura de 1888. O autor aborda temas presentes do cotidiano como a marginalização da capoeira que culmina na perseguição e morte do mestre Alípio, as dificuldades que os ex-escravos tiveram para se inserir no novo modelo econômico pré-industrial e agrário. O preconceito racial, o status e os papéis sociais são a tônica do filme numa trama que mistura luta pela igualdade, amor, traição e violência. 1 Observa-se que a prática da capoeira, o candomblé e outros elementos da cultura afro brasileira, no pós-abolicionismo, ficaram restrita as comunidades afrodescendentes. O filme retrata o cenário em que homens, mulheres e crianças foram isolados dos direitos civis e sociais, vivendo em condições precá