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Mostrando postagens de agosto, 2014

Totemismo Hoje - parte II

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Totemismo hoje - parte 1

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O livro intitulado "Totemismo hoje", é uma tradução do texto original publicado em 1962 em francês: Le Totemisme Aujord'huide, de Caude Levi-Strauss. Trata-se de um ensaio dividido em cinco capítulos que será posteriormente complementado com uma segunda obra (uma monografia) denominada de Pensamento selvagem. Em a ilusão totêmica, Levi-Strauss trata de fazer uma descrição clara da histeria relacionando-a com o estudo sobre o totemismo. Comparando o totemismo da antropologia vitoriana com a histeria, percebe que a histeria foi criada com o objetivo de dividir uma classe de pessoas lúcitas de outras consideradas loucas ou insanas. Na busca de fortalecer essa divisão, o grupo de indivíduos que faziam uso do totemismo eram agrupadas como aqueles que eram ignorantes em lógica e também não conseguiam fazer distinção entre fenômenos, puramente naturais, produto da cultura material do homem (KUPER, 2008). Rocha (2006,) concorda que existe uma homologia entre os dois grup

Sociologia, PCN e Currículo

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Parece razoável afirmar que a disciplina de Sociologia vem se consolidando ao longo dos anos, através de leis que garantem sua efetiva realização nas unidades de ensino do país. A licença da disciplina conta com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 (LDB/1996); Parecer 15/98; Resolução 03/98. Todas contempladas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN/2000) e tentam responder as questões do tipo: por que ensinar Sociologia? O que ensinar? Como ensinar? Afirmam ainda que o conhecimento sociológico tem as seguintes atribuições: "investigar, identificar, descrever, classificar e interpretar/explicar todos os fatos relacionados à vida social (PCN, 2000)" (.PLANCHAREL; OLIVEIRA, 2007: 140). É inegável a pertinência e contribuições que a sociologia pode desenvolver no alunado, como por exemplo, no aguçamento de sua consciência crítica participante. No entanto, Moraes(2012) reconhece que a situação da escola pública no Brasil compromete o desempenho do ensino de sociologia e

Perspectiva de Gilberto Freire sobre a mestiçagem

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Gilberto Freire negando-se a pensar a mestiçagem como um mal, mas não só, rompendo com o evolucionismo cultural, escreve o quanto foi fecundo o cruzamento entre os povos. Mesmo não dando visibilidade aos estupros e as desigualdades [que Freire estava ciente], entre senhores e escravos, prefere a nostalgia de uma América Portuguesa que não existe mais. O foco na miscibilidade permitiu a Freire exaltar os portugueses enquanto colonizadores. Seu pensamento filia-se, desse modo, à ideologia de um país colapsado pelos engenhos. Por isso mesmo será muito criticado como "luso-tropicalista" e "justificador do imperialismo português" (FREITAS, 2000). Se por um lado o antagonismo harmônico de Freire, em sua obra Casa Grande &Senzala (1933), empenhou-se em compreender a formação cultural brasileira com base na origem dos povos africanos, europeus e indígenas, resultando em fragilidades e incongruências ressaltadas pela crítica literária, pois " Assentou as

Mestiçagem na perspertiva de Gilberto Freire

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      Gilberto Freire, negando-se a pensar a mestiçagem como um mal, mas não só, rompendo com o evolucionismo cultural, escreve o quanto foi fecundo o cruzamento entre os povos. Mesmo não dando visibilidade aos estupros e as desigualdades [que Freire estava ciente], entre senhores e escravos, prefere a nostalgia de uma América Portuguesa que não existe mais. O foco na miscibilidade permitiu a Freire exaltar os portugueses enquanto colonizadores. Seu pensamento filia-se, desse modo, à ideologia de um país colapsado pelos engenhos. Por isso mesmo será muito criticado como "luso-tropicalista" e "justificador do imperialismo português" (FREITAS, 2000). Se por um lado o antagonismo harmônico de Freire, em sua obra CasaGrande & Senzala (1933), empenhou-se em compreender a formação cultural brasileira com base na origem dos povos africanos, europeus e indígenas, resultando em fragilidades e incongruências ressaltadas pela crítica literária, pois "

Funcionalismo Estrutural e Antropologia Dinâmica

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        Funcionalismo estrutural: O funcionalismo estrutural caracteriza-se, inicialmente, pela oposição ao evolucionismo cultural, "formulado em um período de contestação às teorias evolucionistas, o funcionalismo estrutural de Radcliffe-Brown proporcionou uma junção entre a antropologia britânica e a sociologia durkheimiana" (FELDMAN-BIANCO, 1987:17). Radcliffe-Brown é considerado um dos fundadores do funcionalismo-estrutural que, juntamente com Malinowsk, desenvolveram enfoques pautados nas análises do status quo social. Para Radcliffe-Brown as análises deviam se ocupar com eventos sociais que eram recorrentes, ou seja, percebeu-se que em determinadas circunstâncias alguns eventos ocorriam e voltavam a ocorrer, em detrimento de outros eventos menos recorrentes e que por esse motivo, não se devia ocupar com eventos atípicos, isolados, que não constituíam a regra, para um estruturalista a ênfase está na morfologia social (loc. cit.). Tanto a Antropologia Socia

Antropologia Dinâmica:Gluckman e Barthes

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No estudo sobre Antropologia Social Dinâmica, dois importantes precursores se destacam: Gluckman e Barthes. Ambos se empenharam na ascensão da Antropologia Social, cada um com características próprias. Herman Max Gluckman, foi um importante e renomado antropólogo social britânico. Em 1949 tornou-se o primeiro professor de Antropologia Social da Universidade de Manchester e fundou a Escola de Antropologia de Manchester. Nascido e criado na África do Sul, Gluckman optou pela cidadania britânica, pois não concordava com o apartheid dominante na África. Aluno de Evans-Pritchard e Radcliffe-Brown, formou-se na universidade de Oxford, onde concluiu seu doutorado. Como antropólogo, desenvolveu estudos de campo em Zâmbia, entre os povos Lozi e Tonga. Analisando as relações existentes entre africanos e europeus, Gluckman percebe a existência de modos específicos de comportamentos, certificando-se de que os conflitos moldavam-se, dinamicamente, conduzidos pelos dois grupos étnicos opos