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Mostrando postagens de setembro, 2014

O que é um líder religioso?

  A reflexão inicial que se faz é compreender o conceito de líder ança religios a . Seria possível estabelecer uma tipologia entre os diferentes líderes religiosos? As religiões conseguem agregar multidões em torno de seus sistemas institucionais e essas pessoas em geral tem seus comportamentos e regras orientadas por um líder de natureza religiosa ou secular . As organizações religiosas necessitam de legitimação para seu funcionamento, de modo que podem variar nas formas carismática, tradicional e racional. Aqui reside a importância da liderança como figura central, pois necessita-se que o líder além de legítimo, tenha domínio sobre o grupo que lidera. O domínio refere-se a construção do discurso que legitima tanto a autoridade local quanto a hierarquia na qual se vincula o discurso. Assim, por exemplo, procura-se justificar a organização religiosa por meio do discurso de sua “origem divina”, ou do compartilhamento de suas “verdades universais” aos fiéis. Essa

Durkheim - a religião é um fato social

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    Com Durkheim a religião passa a ser interpretada como sendo um sistema de crenças e práticas que muito embora envolvam o sagrado, desenvolve a possibilidade de analisar, sociologicamente, seus aspectos mais institucionais. “Ele excluiu deliberadamente qualquer referência a Deus, aos deuses ou ao sobrenatural, pensando que algumas religiões como o budismo e o jainismo clássicos, operam sem essas crenças.” (SCOTT, 2006:171) Muito das definições sobre religião e suas variantes apresentam uma concepção ocidentalista e europeizante como pano de fundo das relações interculturais. A coalizão do encontro entre as diferentes manifestações religiosas culminaram na superioridade de um em detrimento do outro. E o 'outro' sempre foi identificado como ilegítimo ou falso — aquele que deve rever sua cosmogonia e ajustar suas verdades. Numa perspectiva sociológica, os sistemas religiosos podem ser compreendidos como um elemento cultural universal e que desenvolve papeis manifesto

Resumo do Livro: Texto da Profa Dra. Cecília M. Villas Boas de Almeida

Antes da ciência moderna, a realidade era interpretada através do mito e concepções religiosas, somente apartir do séc. XVI é que a ciência moderna gozará de importância. Aprimeira tentativa de fazer ciência remota a antiguidade, precisamente na Grécia, onde um filósofo chamado de Tales de Mi leto oferecia uma explicação da realidade sem recorrer ao mito e ao sobrenatural. Sua contribuição foi um enorme salto para o conhecimento científico, pois suas discussões teóricas tinham características de ciência, além do que favoreciam, diferentemente das concepções religiosas, ao surgimento de outras teorias como por exemplo as de Anaximandro, Heráclito, Pitágoras, Parmênides, Demócrito. Com o surgimento de novas teorias as Ciências Matemáticas se desenvolvem. Atrelada ainda a religião, conforme se verifica na Escola Pitagórica, porém como as Ciências Matemáticas irão apresentar maiores resultados do que as Ciências Humanas pelos seus resultados mais consensuais, maior clareza e ex

LDB

a primeira LDB Desde o manifesto dos pioneiros da educação em 1932 (Escola novista), muito dos ideais defendidos pelos reformadores foram, nos anos subsequentes, pautas de discussões sobre políticas educacionais no Brasil. A implantação de diretrizes que norteasse o ensino em diferentes níveis e contemplasse o papel do Estado sobre o sistema educacional foi um marco importante que radicalizou tanto a estrutura de como se pensava a educação no país, quanto os conteúdos curriculares do ensino educacional. Desse modo, em 1961 foi promulgada a primeira LDB após ser discutida por treze anos pelo Congresso Nacional. reforma pombalina Historicamente o descaso com a educação pública é um problema que se arrasta desde o período colonial. Essa lacuna permitiu que a igreja católica mantesse sua hagemonia até 1759 quando Pombal opôs-se à Companhia de Jesus expulsando a influência da igreja sobre assuntos de interesse do Estado. A partir de então, tem início a participação do Es

ideias deterministas

A idéia da superioridade racial é um dos típicos exemplos de construção social baseada em características fenótipas para alegar o negro como potencialmente inferior ao branco. E o fizeram com aval da Ciência e do conhecimento científico. A revolução do conhecimento tentava provar, cientificamente, que o negro pairava no estágio mais involutivo da espécie humana, isto é, o negro era bicho, mas não bicho-homem, sua descendência segundo estudos climáticos e geográficos, pesquisas sobre o formato dos cabelos, lábios e nariz, análises cranianas entre negros e chimpanzés, comparações e outras armas modernas o colocavam em condições inferiores a um símio. O neo-racismo do século XXI tentou revitalizar o status científico dessas construções sociais através de estudos do criminologista italiano Cesare Lombroso (1835-1909). Nos estudos de Lombroso existem características físicas próprias que indentificam a inclinação do indivíduo para cometer um delito ou pairar na criminalidade. Lo

Leitura e fichamento do texto: HOBSBAWM, Eric. O terror. In: Globalização, Democracia e Terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, pp. 97-115.

O autor inicia questionando sobre mudança na natureza do terror político do século XX e constata o aumento da violência no Sri Lanka – um país de maioria tâmil e que conquistou a liberdade mansamente. O país era dividido por dois partidos no seu tempo de colônia: o Partido Comunista e um Partido Trotskista, ambos avessos ao terrorismo. Com a independência, o país tomou um rumo socialista moderado que trouxe bem-estar social. As divergências entre tâmeis e cingaleses, desenvolveram organizações armadas no Sri Lanka, no momento que havia tensões etnolinguísticas e insurreições. O JVP é uma dessas organizações de esquerda culta que modulando ideias maoístas, chauvinistas e budistas organizaram um movimento terrorista e campanhas de assassinatos contra adversários políticos. Para Hobsbawm o aumento da violência, em geral, tomou força desde a Primeira Guerra Mundial, principalmente em Estados fortes e estáveis e instituições políticas liberais. Outro fator que explica o aumento da violên

A Educação e a construção do conhecimento no mundo contemporâneo

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A transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea é marcada por grandes transformações sociais como as inovações técnicas que surgiram da Revolução Francesa, o fim do absolutismo monárquico, declínio do sistema feudal na Europa e a consolidação do capitalismo industrial. No campo educacional essas transformações trouxeram novos conceitos de educação, como por exemplo no tocante a separação entre igreja e Estado. Outra característica da educação na contemporaneidade foi o surgimento de dois sistemas públicos de educação. Os educadores mais notáveis deste novo modelo de educação foram Pestalozzi, Rebart e Froebel, sobretudo porque garantiram às crianças o direito a educação ( PILETTI , 1991). Graças a revolução francesa ocorrida em 1989, os privilégios da nobreza e do clero, como por exemplo, não pagar impostos, receber vantagens e cargos públicos da monarquia foram extintas baseados nos ideais de igualité , liberté e fraterné . Esses ideais acabaram sendo transplant

Ideias neoliberais no Brasil

No Brasil, as ideias neoliberais ganharam contornos a partir dos governos de FHC e caracterizou-se, principalmente, pela privatização das empresas públicas. Desde a redefinição da politica educacional brasileira, a partir da década de 1990, prevaleceram os interesses da política educacional de orientação neoliberal que já havia sido preconizada em 1970 pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional. Essas políticas enxergam a educação como uma mercadoria que pode ser melhor processada através da privatização de seus serviços; do corte orçamentário e da necessidade de se criar parâmetros que servissem para orientar a gestão das políticas educacionais. Essas são algumas das estratégias defendidas pelos grupos empresariais contra o Estado do bem-estar social. Entre as argumentações em defesa da mundialização do capital está a articulação da força de trabalho voltada para o mercado. Nessa perspectiva, o papel da educação se reduziria a capacitar os indivíduos para satisfazerem

Sociedade primitiva

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Para os evolucionistas, as diferenças culturais eram compreendidas não a partir da alteridade dos povos, mas conclusivamente como estágios históricos onde cada período étnico sucederia um novo período com base no anterior, porém mais evoluído que seu precedente. A base explicativa dos antropólogos evolucionistas eram as chamadas “regras gerais da civilização” pautadas nos dados etnográficos.  Para a antropologia do início do século XIX, ainda incipiente enquanto ciência, vigorava uma ideia segundo a qual existia uma unidade psíquica da humanidade, isto é acreditavam que os seres humanos se diferenciavam pelo grau de evolução cultural e não racial (como defendiam os poligenistas). A ideia de evolução cultural das sociedades afirma a existência de culturas mais evoluídas em determinadas sociedades em relação a outras mais retrógradas. Nessa linha de pensamento desenvolveu-se a existência de três diferentes períodos: a selvageria, a barbárie e a civilização. A selvageria e a barbár

Globalização e interculturalidade

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  Na perspectiva de Canclini ( 2007 ), que opera seu pensamento sobre o imaginário, a globalização pode ser entendida como: “conjunto de estratégias para realizar a hegemonia de conglomerados industriais, corporações financeiras, majors do cinema, da televisão, da música e da informática para apropriar-se dos recursos naturais e culturais, do trabalho, do ócio e do dinheiro dos países pobres” (CANCLINI, 2007 :29). O imaginário não pode ser compreendido como uma realidade falsa, mas como algo imaginado por indivíduos, governos, empresas e que expõem uma relação heterogênea entre produção e consumo, países dependentes e países produtores preocupados em inserir seus bens de consumo em mercados mais amplos . O imaginário contribui para a arquitetura da globalização. Para o autor, as políticas globalizadoras conseguem mobilizar um certo consenso coletivo por meio do imaginário local e nacional. O que se anuncia como globalização nos variados setores(comunicação, empresarial