RELIGIOSIDADE AFRICANA: INCOMPREENSÃO E PRECONCEITO NA ESCOLA  O Quebra de Xangô, ocorrido em 1912, ficou assim denominado porque os objetos sagrados dos pejis foram totalmente destruídos, seus líderes perseguidos e mortos.
É possível ter uma ideia da ação dos praças (modo como era chamado os policiais), pois os destroços se encontram expostos no Instituto Histórico de Alagoas, no centro da cidade. Para se ter uma dimensão do que foi o Quebra leve-se em conta que o partido Liga dos Republicanos Combatentes era chefiada pelo Sargento Manoel Luiz da Paz (que havia participado do massacre de Canudos, para extinguir o movimento religioso liderado por Antônio Conselheiro na Bahia). Outro grande perseguidor era o delegado Sr. Juca Mendes conhecido pelas humilhações que praticava aos candomblecistas, alguma das vezes obrigando-os a desfilar no centro da cidade com os objetos sagrados destruídos.
Estudo sobre religiões de magia na colônia revela que a perseguição aos supostos “feiticeiros” contou com o aparato estatal (art. 156; 157; 158 do Código Penal a partir de 1890) e eclesiástico, pois a moral religiosa vigente no país era de cunho católico-cristão. O sistema jurídico assim, elaborado por cristãos, garantia a perseguição e indiciamento aos “macumbeiros”, processos foram instaurados e os réus condenados.
Nas escolas o preconceito aos grupos afros e seus costumes fazem parte do cotidiano escolar. Para Siloé Amorim, autor do documentário O Quebra de Xangô, a perseguição ao candomblé intimidou não só as práticas religiosas dos negros, mas também contribuiu para suprimir a diversidade cultural brasileira, pois elementos da cultura afro-brasileira como o Maracatu, bumba-meu-boi, são tratadas como miserável em relação a outros elementos culturais de origem européia: Páscoa, Corpus Christi, Natal, etc.
Recentemente, o fenômeno religioso na América Latina, ganhou relevo sobre questões de cunho científico da historiografia brasileira sem os enfoques eclesiásticos e denominacionais. A modernidade, ao contrário do que se pensava, não conseguiu apagar a luz da religiosidade que vem se intensificando heuristicamente no quotidiano das pessoas. O candomblé nessa esfera de mutação social e inovação tecnológica resistem pomposo em suas crenças animistas, de magia e no culto aos ancestrais.

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