A Era Axial

Autor e Coautor(es)


FRANCISCA HELOÍ DOS SANTOS

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula

1 - Compreender a formação das principais correntes filosóficas e religiosas;
2 - Compreender a ideia de Teísmo, Agnosticismo, Ceticismo e Niilismo;
Duração das atividades
02 aulas de 60 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Os principais fundadores das teorias filosóficas e religiosas;
A localização geográfica;
Diferenças e semelhanças entre filosofia e religião.
Estratégias e recursos da aula

Primeira Aula   

 TEXTO: A Era Axial
Há 3 000 anos começaram a se formar as principais filosofias e religiões que organizaram as visões de mundo do homem contemporâneo. Alguns filósofos, como o alemão Karl Jaspers, dão a essa época o nome de Era Axial. Axial diz respeito a eixo. Foi, portanto, quando o homem começou a buscar o seu eixo. Ou, segundo Jaspers, quando passamos a prestar atenção em nós mesmos. A Era Axial estende-se entre os séculos VIII e II a.C. “Nessa época, as pessoas discutiam sobre espiritualidade com o mesmo entusiasmo com que hoje se discute futebol”, diz a escritora inglesa Karen Armstrong, uma das mais respeitadas estudiosas de religião. Os historiadores ainda não sabem o que causou esse despertar para a religião e para a filosofia, nem por que ele se concentrou na China, no Mediterrâneo Oriental, na Índia e no Irã. Acredita-se que com as sociedades agrícolas, mais estáveis, o homem ganhou tempo extra para dedicar-se à contemplação.
O certo é que todos os sábios desse período parecem seguir um caminho comum quando conclamam seus contemporâneos a radicais mudanças em suas vidas. Do século VIII ao VI a.C. os profetas de Israel reformaram o antigo paganismo hebreu. Na China dos séculos VI e V a.C., Confúcio e Lao-Tsé chacoalhavam as velhas tradições religiosas. Na Pérsia, o monoteísmo desenvolvido por Zoroastro expandiu-se e influenciou outras religiões. No século V a.C., Sócrates e Platão encorajavam os gregos a questionar até mesmo as verdades que pareciam mais evidentes. Tudo acontecendo mais ou menos juntos. É bem no meio dessa era, no século VI a.C., que surge o criador do Budismo, uma das mais influentes religiões do mundo, hoje com quase 400 milhões de adeptos.
No caldo da primeira Era Axial, a Índia também passou por grandes transformações. Sua cultura foi dominada pelos arianos, antigos povos nômades que teriam migrado da Ásia Central 4 000 anos antes. A sociedade ariana dividia-se em castas: casta brahmins,formada pelos sacerdotes; casta ksatriyas eram os guerreiros e governantes;  casta vaisyas,formada pelos camponeses e criadores de gado; e a casta sudra, os escravos ou marginais. O que determina acasta de uma pessoa é sua  hereditariedade – ou seja, somente aquele que nasceu de mãe da casta bramânica podia realizar rituais e curas. Para os brâmanes, a essência do universo está em Brahman, deus primordial que se expressa em uma infinidade de outras deidades. Sua rígida espiritualidade é expressa nas escrituras sagradas conhecidas como Vedas. Na Índia dessa época, os sacerdotes tinham uma espécie de reserva de mercado. E, assim como acontecia em outras regiões, surgiu uma revolta contra esses sacerdotes e seus rituais – que incluíam sangrentos sacrifícios de animais.
Mas novos movimentos reinterpretavam as antigas tradições, procurando afastar-se desses rituais e buscar outro tipo de sacrifício, mais interno, de renúncia às coisas do mundo – aquela atenção a si mesmo descrita por Jaspers.
 

ATIVIDADE 01

Será feita a leitura e reflexão do texto "A Era Axial" e em seguida apresentada as questões para debate:
QUESTÕES PARA DEBATE
1 - Quando começaram a se formar as principais religiões mundiais?
2 - Em quais países o homem começou a pensar metafisicamente?
3 - Quem eram os sábios desse período?

 Segunda Aula
 Domínio do Professor: Inicie a aula apresentando a turma imagens de ilusão de ótica; Explique que a percepção que temos do mundo são influenciadas pelos sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato); Questione os alunos se é possível o homem conhecer a verdade. Crie novas possibilidades de se trabalhar com as imagens, que em geral é muito participativa pelos alunos.
             
Figura 2: https://www.google.com.br/search?gs_rn=25&gs_ri=psy-ab&cp=11&gs_id=1f&xhr=t&q=ilus%C3%A3o+de+%C3%B3tica&biw=1280&bih=841&bav=on.2,or.r_qf.&bvm=bv.51156542,d.cGE&um=1&ie=UTF-8&hl=pt-BR&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=UegZUu7fEIHViwLn4IG4CA#facrc=_&imgdii=_&imgrc=9EyomYNCVLyKKM%3A%3BdPo98HSU7TfRqM%3Bhttp%253A%252F%252F1.bp.blogspot.com%252F-V8XNKCuZlLo%252FT5NNWbzVEDI%252FAAAAAAAABBc%252FA83nSW57tnU%252Fs640%252Filusao-otica-11.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fparadisenewsblog.blogspot.com%252F2012%252F04%252Filusao-de-otica-cerebro-vs-olhos.html%3B579%3B322.Acesso em 25 de Ago. de 2013.
  
TEXTO COMPLEMENTAR: Atitudes filosóficas (teísmo, agnosticismo, ceticismo e o nada)
Para Platão, pensador de Atenas no século V antes de Cristo, a primeira virtude de um filósofo é a capacidade de admirar, pois a admiração auxilia na capacidade de formular perguntas. Historicamente surgiram muitas correntes de pensamento sobre a questão do conhecimento religioso, tais como: teísmo, ateísmo, ceticismo e agnosticismo. A crença, a negação e a indiferença em relação à religião justificam algumas dessas atitudes filosóficas. A postura proporcionalmente mais presente, o TEÍSMO, representa aqueles que expressam a fé religiosa. Por isso há o dogma (conhecimento inquestionável e verdadeiro) positivo em relação à espiritualidade. São teístas, por exemplo, os que defendem a existência de Deus. Ao contrário do teísmo, o ATEÍSMO, é a corrente de pensamento dos que negam a necessidade de fé religiosa. Neste caso há o dogma oposto em relação à espiritualidade. Deus não existe para os ateus. É muito fácil confundir o ateísmo com o CETICISMO. O cético, ao invés de negar, simplesmente duvida da necessidade de fé religiosa. A única certeza é que não há dogma. Se Deus existisse, por exemplo, o homem jamais poderia conhecê-lo. Deus e tudo mais é duvidoso. Muito parecido com o cético é o agnóstico. Mas o AGNOSTICISMO se sustenta na existência de provas científicas significativas para acreditar, negar ou duvidar da necessidade de fé religiosa. O que não se pode provar cientificamente, não merece juízo de existência ou não. Não se pode descartar a hipótese de que Deus exista, bem como de que não há Deus. A fé é um mistério. Existem ainda inúmeras outras formas de encarar o problema da fé religiosa. A pergunta que vem naturalmente é: quem está com a verdade? Seguindo o que diz Platão, a verdade se descobre perguntando, refletindo. Primeiro é preciso que se vá até as raízes da questão, seus fundamentos, ao mais profundo. Depois, faz-se necessário proceder com rigor, criticamente, através de uma seqüência lógica. Finalmente, examina-se o problema relacionando-o com os demais aspectos em que está inserido. A reflexão é radical, rigorosa e abrangente.
 ATIVIDADE 02
1ª opção: Pedir que os alunos comentem o trecho do filme: Pôr-do-Sol Limitado em https://www.youtube.com/watch?v=hmBYWL2JDgo. (O trecho do filme fala do diálogo entre um ateu e um teísta).
2ª opção: Fazer a leitura do texto "Atitudes Filosóficas" e em seguida escolher uma das atitudes (teísmo_ateísmo_agnosticismo_ceticismo) para comentar:
Referência
PAULA, Caco. O príncipe hindu Sidarta Gautama, o iluminado. Disponível em http://super.abril.com.br/religiao/principe-hindu-sidarta-gautama-iluminado-442777.shtml. Acesso em 24 de Ago. de 2013.
{sn}. Atitudes Filosóficas. Disponível em: http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_tablon_w.php?id_actividad=16802&id_pagina=1. Acesso em 24 de Ago. de 2013.
Recursos Complementares
Avaliação
O processo de avaliação do ensino aprendizagem será pautada durante todas as etapas trabalhadas nas aulas.

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