Quilombos no Brasil
Os quilombos no Brasil durante o regime escravista, seu
significado histórico e seu significado atual.
Verifica-se
a existência de organizações quilombolas no
Brasil, nos Estados de Mato Grosso, Maranhão, Bahia, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Amazônia, Rio Grande do Sul, ao todo um
montante de 136 quilombos. Esses quilombos caracterizam-se como
centro de resistência, originalmente criados por negros fugidos
das senzalas e do trabalho nos engenhos. O quilombo mais conhecido do
período colonial foi o Quilombo dos Palmares – símbolo
de resistência das guerras do açúcar. Seu
principal representante foi Zumbi. O quilombo não pode ser
compreendido como uma organização que buscava o
isolamento. Na maioria dos quilombos observa-se a existência
de complexas relações sociais, políticas e
econômicas que dividia a sociedade em dois mundos completamente
distintos: a sociedade quilombola e a sociedade senhorial e
latifundiária.
Na
sociedade quilombola as atividades produtivas interagiam com a
economia local, produzindo-se em pequenas roças e paralelo ao
comércio informal, os camponeses criaram uma economia
predominantemente compartilhada por libertos, escravos, taberneiros,
lavradores, vendeiros e pelos próprios quilombolas. A economia
campesina criou estratégias de autonomia doferenciadas que
paulatinamente estendia seus produtos agrícolas a outras rotas
comerciais. Os quilombolas conquistaram e ampliaram as margens de
acesso, autonomia e controle das terras para o desenvolvimento da
produção agrícola. O quilombo representou para o
negro a obtenção de direitos que lhes eram negados e
ainda o controle sobre o seu tempo e ritmo de trabalho, convívio
familiar, folga, lazer e a possibilidade de comercializar seus
próprios produtos.
A
luta pela terra é uma constante entre movimentos de bases que
resistem contra o agronegócio financiado pelas multinacionais,
bancos e pela concessão do Estado brasileiro. Uma dessas
resistências foi o ocorrido no dia 05 de maio de 2014, onde
cerca de 500 famílias ocuparam o perímetro irrigado da
Chapada do Apodi, em Limoeiro do norte no Ceará. O movimento
conta com a participação das Cáritas Diocesana,
MST, Conlutas, Fafidam, UFC, CPT, STTR e paróquias. Entre as
reivindicaçãoes o movimento denuncia a instalação
de empresas transnacionais e internacionais produtoras de frutos
locais para exportação, invadirem uma área de
4000 hectares: São elas a Fruta Cor, Bananas do Nordeste S/A
(Banese) e Del Monte Flash Produce. A invasão e exploração
da terra não mobilizou força policial para coibir as
invasões fundiárias. Em contrapartida o uso e abuso de
agrotóxico na região pelo agronegócio aumentou a
índice de casos de câncer nos municípios dessa
região, além de contaminação da água
dos rios e de esterilizar a terra. Os acampamentos permanecem
aguardando decisão do governo e os conflitos são
eminentes, como por exemplo a morte de um dos líderes do
movimento, Zé Maria do Tomé.
O Quilombo dos Palmares - experiência coletiva dos africanos e seus descendentes
a)composição
O Quilombo de Palmares era composto por escravos
fugitivos das fazendas que tinham sido escravos em fazendas das
capitanias da Bahia e Pernambuco. Os
quilombos tinham uma organização social bastante
simples, semelhante as aldeias africanas. Cada quilombo era dividido
em vários mocambos (núcleos de povoamentos). As
atividades eram compartilhadas entre todos, mas havia o senso de
liderança por parte de um líder que em geral comandava
o quilombo, ou seja era centralizador. Essa estrutura permitiu a
prática de seus costumes, hábitos e podiam praticar
livremente suas tradições religiosas. Desse modo, cada
quilombo tinha seu próprio chefe com poder de tomar as
decisões e organizar as resistências contra os ataques
militares.
b)
sua localização
Fundado
no século XVI, o Quilombo
de Palmares localiza-se
nas montanhas do Nordeste do Brasil, mais especificamente na Serra
da Barriga,
região que hoje pertence ao estado de Alagoas.
c)
tempo de existência
Em
Janeiro de 1694 o Quilombo dos Palmares sofreu uma ocupação
militar e foi completamente destruído. Com um exército
aproximadamente de mais de 8.000 homens armados com canhões,
Caetano Mello e Castro (governador da capitania de Pernambuco) e seu
braço direito (o
comandante-geral Domingos Jorge Velho) atacaram por 22 dias até a vitória.
Contudo, os palmarinos continuaram a resistência por meio de
ataques surpresa, saques e libertação de escravos.
Mesmo com a morte de seu líder,
o povo de palmares lutou até 1716.
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