Ideias neoliberais no Brasil
No
Brasil, as ideias neoliberais ganharam contornos a partir dos
governos de FHC e caracterizou-se, principalmente, pela privatização
das empresas públicas. Desde a redefinição da politica educacional
brasileira, a partir da década de 1990, prevaleceram os interesses da
política educacional de orientação neoliberal que já havia sido
preconizada em 1970 pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário
Internacional. Essas políticas enxergam a educação como uma
mercadoria que pode ser melhor processada através da privatização
de seus serviços; do corte orçamentário e da necessidade de se
criar parâmetros que servissem para orientar a gestão das políticas
educacionais. Essas são algumas das estratégias defendidas pelos
grupos empresariais contra o Estado do bem-estar social. Entre as
argumentações em defesa da mundialização do capital está a
articulação da força de trabalho voltada para o mercado. Nessa
perspectiva, o papel da educação se reduziria a capacitar os
indivíduos para satisfazerem a carência de mão-de-obra
especializada para as empresas capitalistas. Outra reivindicação do
grupo foi o desejo de que o Estado liberasse as empresas sem vínculo
lucrativo para acumularem capital com a educação.
O
neoliberalismo enquadra a educação como produto de consumo, pois na
prática tudo pode ser consumido segundo a doutrina dos
neoliberalistas. Qualidade, modernização e inserção do ambiente
escolar no cenário competitivo internacional são alguns dos pontos
de interesse dos financiadores do projeto. A incorporação de novos
elementos revelam o deslocamento do capital humano (anos 40 e 50,
pautada na formação de uma consciência crítica participante),
passando a integrar a capitalização do mercado. Segundo Hill, a
experiência da política neoliberal
tem apresentado resultados desagradáveis como a perda de equidade,
da democracia e do pensamento crítico. Aqui já se percebe a
diferença do neoliberalismo clássico (laissez-faire) cuja intensão
era reduzir o tamanho da responsabilidade do Estado em favor do
lucro. - A própria privatização das empresas públicas brasileiras
encampada pela política neoliberal não trouxe os mesmos benefícios
a todos.
A
concepção de educação, bem como sua estrutura e sistema de ensino
estão diretamente ligados ao modelo de Estado que se tem. Portanto,
as políticas que nortearão os rumos da educação está vinculada
ao interesse do Estado, que por sua vez, vincula-se em defesa do
capital que dar continuidade ao processo de privatização na América
Latina e no Caribe. A acumulação do capital privado assume algumas
características que do ponto de vista sociológico, são desastrosas
para a educação, pois incorpora o conheciimento como força
produtiva principal, aumentando as desigualdades. Além do mais, o
fortalecimento do capital privado significa atrofiamento do poder
público e sua consequente dependência econômica do capital
privado. Para Melo, as políticas educacionais acabaram por
assimilarem as imposições econômicas neoliberais através do
Programa de Educação para Todos, sendo o crédito estudantil e
empréstimos das agências internacionais o eixo principal das
políticas de desmontes.
A
mundialização da educação brasileira, segundo a autora, mantém
características de exclusão social enquanto a dicotomia entre
ensino público e privado se intensifica. Para Melo, os efeitos da
mundialização da educação não pode ser vista apenas por uma
ângulo de visão, entretanto a condução dos assuntos educacionais
por agências internacionais além de desmontar os sistemas locais,
privatizou a educação como um serviço e não como expansão dos
direitos e garantias individuais. A proposta de construção da LDB
foi um projeto de incorporação e aprofundamento da teoria
neoliberal da mundialização do capital. Essa proposta integra o
papel do Estado na nova política educacional brasileira. A
reestruturação foi, na verdade, a realização da política de
submissão dos governos às organizações capitalistas.
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