Resumo do Livro: Texto da Profa Dra. Cecília M. Villas Boas de Almeida


Antes da ciência moderna, a realidade era interpretada através do mito e concepções religiosas, somente apartir do séc. XVI é que a ciência moderna gozará de importância. Aprimeira tentativa de fazer ciência remota a antiguidade, precisamente na Grécia, onde um filósofo chamado de Tales de Mileto oferecia uma explicação da realidade sem recorrer ao mito e ao sobrenatural. Sua contribuição foi um enorme salto para o conhecimento científico, pois suas discussões teóricas tinham características de ciência, além do que favoreciam, diferentemente das concepções religiosas, ao surgimento de outras teorias como por exemplo as de Anaximandro, Heráclito, Pitágoras, Parmênides, Demócrito.



Com o surgimento de novas teorias as Ciências Matemáticas se desenvolvem. Atrelada ainda a religião, conforme se verifica na Escola Pitagórica, porém como as Ciências Matemáticas irão apresentar maiores resultados do que as Ciências Humanas pelos seus resultados mais consensuais, maior clareza e exatidão passa-se a creditar que a verdade é científica e só existe nesse campo de estudo. Esse sentimento motivou Galileu Galilei e Newton demonstrarem que é possível conhecer a realidade humana aplicando a matemática à natureza.



Na Grécia antiga Platão e Aristóteles distinguiam opinião de crença e observaram que o mundo está em constante transformação. Para os gregos essas mudanças constantes era um problema para a aplicação matemática, assim o uso da matemática ficava restrito ao campo estatístico. Para Aristóteles ciência é o conhecimento da natureza. Sugere que a observação partisse das particularidades do objeto para seus aspectos mais universais, estava criado assim o método indutivo. Sua contribuição foi um grande avanço para o conhecimento científico moderno.



Durante a Idade Média, a Europa era dominada pelo pensamento cristão, influenciada pelo totalitarismo católico nos mais variados setores da socieadade reagia contra o desenvolvimento da ciência. O sentimento religioso criava a necessidade de iluminar a ciência com a fé e fundamentá-las com os dogmas. Os que se negavam a submeterem-se eram perseguidos pelo Tribunal do Santo Ofício, entre eles Galileu Galilei e Giordano Bruno. A fim de conservar seu poder a igreja católica ampliou seus domínios para além do aspecto religioso incluindo em sua hegemonia o controle social, econômico, artístico e político submetendo a ciência à teologia. Consequentemente, desenvolveu-se nesse período a Escolástica, o antropocentrismo, geocentrismo, cristianização das idéias de Platão e Aristóteles. No final da Idade Média, Nicolau Copérnico propôs o heliocentrismo em oposição ao geocentrismo, foi perseguido e teve suas publicações indexadas – aq ciência estava ameaçada pela religião.



Na Idade Moderna a ciência encontrou sua autonomia e liberdade. Criticava o saber livresco e durante os séculos XVI e XVII favoreceu ao desenvolvimento das revoluções científicas: descobertas geográficas, Kepler propõe o movimento dos planetas em uma órbita elíptica, as teorias de Galileu Galilei tinham ligações com as de Copérnico. Todos esses acontecimentos marcaram a ruptura e início de um novo tempo e o encantamento com as descobertas científicas.



A ciência é a detentora da verdade e a verdade é científica. Os adeptos aumentam, a tendência é pensar cientificamente então surge o alto clero da ciência: o cienticismo, detentores do “dogma” e a única capaz de oferecer respostas às idagações humanas. A contemporaneidade aguarda anciosa por mais descobertas e inovações no campo científico, transformações sociais, políticas e econômicas, a cura para todos os males – mas elas não vieram. Com os novos avanços do conhecimento científico a palavra de órdem é cautela. Houve ruptura da verdade “cientificamente comprovada”, pois o mecanicismo e a geometria foram refutadas como sendo perfeitas e acabadas, na Física Einstein descobre a relatividade entre tempo e do espaço, Heisenberg refuta a teoria de Newton. A ciência do século XX deixa de falar de verdades absolutas.



Entendido que a verdade é um processo em construção, a atividade científica na Pós-modernidade converge seus esforços para uma lógica de mercado e desnvolvimento de armas de destruição em massa. As bem intencionadas teorias filosóficas da antiguidade converte-se em exploração dos recursos naturais e exploração do homem pelo homem. As décadas de 60 e 70 marcam o desencanto com a pós-modernidade. Contextos de guerras, pestes, fome e miséria não conseguiram ser dizimadas com os avanços do conhecimento científico.



História das universidades

Na idade Média a formação era liberal. Atrelada a igreja, as universidades da Europa reorganizaram o conhecimento para distinguir-se da formação humanística. O modelo proposto exigia um currículo secular e laico. A principal preocupação foi a valorização da razão em detrimento com o dogma e a Tradição religiosa. A título de ilustração, considere-se o fato de que a revolução científica ocorreu fora dos muros das universidades, pois alguns setores ainda eram influenciados pela religião. Essa ruptura tiveram como principais centros do conhecimento científico a França, Alemanha e Inglaterra.



No Brasil, o surgimento das primeiras universidades estão intimamente ligadas a vinda da famíia real para a colônia. A preocupação que candeou essa empreitada foi mais funcional do que mercadológica. A intenção era formar profissionais para ocupar e gerenciar cargos públicos, destaque para os cargos de medicina, engenharia e direito. Em 1920 surge a primeira universidade brasileira, no Rio de Janeiro. A implantação de universidades na colônia interessava a três grupos sociais distintos: alta hierarquia do clero católico; os liberais e os positivistas. Em 1968 eram 31 universidades públicas (11 das quais eram privadas). Em ambas não havia a preocupação de massificar o ensino, pois verifica-se uma política educacional de restrição no número de vagas. Na década de 90 houve crescimento vertiginoso das universidades particulares, isso de certa forma favoreceu para diminuir as tensões entre oferta e demanda social. Atualmente o ensino a distância é uma modalidade em ascensão e promissora para massificar o ensino em escala industrial. Considerada como uma aliada no desenvolvimento da educação a EAD cresceu 571% nos últimos anos.



Tipos de conhecimento

O conhecimento pode ser classificado dentro de uma tipologia de vários campos do saber:filosófico, teológico, popular e científico. Todos esses campos de conhecimentos apresentam teorias, fatos e paradigmas. A teoria é um sistema de idéias que estão interligadas, caracteriza-se pela possibilidade de serem testadas (confirmada ou refutada), pois nenhuma teoria está isenta de falhas. Os fatos científicos também não são infalíveis, difere da teoria basicamente pelas mudanças que ocorrem em seus conceitos. Toda a história da ciência envolve teorias e fatos que foram construídos sob diferentes paradigmas. Os paradigmas são visões de mundo, uma espécie de lente pela qual se compreende a realidade. O paradigma explica a anomalia e quando há uma crise (falta de resposta) ocorre uma mudança de paradigma. O paradigma explica conceitos, classifica fatos e quando do surgimento de revoluções científicas o paradigma pode permanecer o mesmo ou dizer-se que houve uma mudança de paradigma.

O método e seu uso nas pesquisas visa esclarecer e tornar compreensivo as etapas da pesquisa. Pode-se classificar seus objetivos principais como produção do conhecimento, reprodução, compartilhamento e ser verificável. Os métodos são variados e aplicados conforme a necessidade de cada análise, os mais conhecidos são o método indutivo, dedutivo, hipotético dedutivo, científico e a hipótese científica.





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