Ciências Sociais - surgimento e desenvolvimento da sociologia da cultura
O
texto apresenta uma abordagem teórica sobre as Ciências Sociais
contextualizando seu surgimento, desenvolvimento e especialização
do estudo no campo da Sociologia da cultura(séc. XX). Opondo-se ao
conceito de cultura modal pode-se dividir o estudo sobre a cultura
popular, questão nacional e folclore em três momentos distintos: 1º
interiorização e diseminação; 2º resistência; 3º confinamento
cultural.
O
surgimento da Sociologia como campo diferenciado de outros saberes
teve início no século XIX, cujas correntes de pensamento sempre
esteve ligada a sociologia clássica de Tonnies, Durkheim, Weber,
Marx e a Escola de Chicago. Mas é somente no século XX que a
Sociologia cultural, contrapondo-se ao conceito de cultura modal
(superioridade cultural), voltará o foco de sua análise
contemplando as expressões culturais da literatura e da pintura de
povos "primitivos". A Antropologia já dava ênfase à
temática indígena nos trabalhos de Tylor, Malinowsky,
Radcliffe-Brown.
Já o culturalismo norte-americano propusera uma
análise que investigasse todas as sociedades humanas e não se
limitassem apenas às culturas das "grandes civilizações".
A preocupação com a cultura popular e a questão nacional entre os
intelectuais, contribuíram para o florescimento do conceito de
cultura popular, nascimento do romantismo alemão e estudos sobre o
folclore. Embora o romantismo alemão tenha disseminado essa
preocupação em várias partes da Europa, sobretudo nos centros
acadêmicos, alguns fatores contribuíram para a marginalização do
folclore: As Ciências Sociais clássicas não aderiram ao movimento;
o marxismo não se ocupava com a temática; a modernização via o
movimento como "resquícios do passado" e ainda, os
próprios folcloristas estavam convencidos da "superioridade da
modernização".¹
Peter
Burker( 1992) enfatiza o relativismo cultural como ponto de
convergência da realidade social. A História tradicional sempre foi
contada do ponto de vista do vencedor, legando aos vencidos um papel
secundário ou sem nenhuma importância, ou seja, a preocupação
sempre foi contar a História (e suas culturas) numa ótica
etnocêntrica vista de "cima para baixo" interessada nos
grandes acontecimentos e personagens ilustres, excluindo de partida,
o cotidiano de pessoas comuns. Para o autor o estudo das diferentes
culturas é impactante e necessária, pois além de não omitir
estudos sobre o cotidiano, verifica-se que os valores e
comportamentos aceitos numa determinada sociedade podem ser omitidos
ou mesmo desagradável noutro contexto cultural².
REFERÊNCIAS
¹
ORTIZ, Renato.
As
Ciências Sociais e a Cultura.
Disponível
em http://www.scielo.br/pdf/ts/v14n1/v14n01a02.pdf. Acesso em
21/05/13
²
BURKER,
Peter. A
escrita da história: novas perspectivas.
São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992.
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário, sua mensagem é muito importante para nós.