Positivismo no Brasil
O método positivista na história da política
brasileira
O método
positivista, que tem como maior expressão o filósofo francês Augusto Conte,
está grandemente marcado pela influência do pensamento evolucionista contido em
sua obra e expressa sobre a hierarquia dos fenômenos que é o principal motor
para a compreensão de suas ideias. Por outro lado, numa perspectiva hermenêutica
e não linear da história, a ênfase recai sobre a relativização de diferentes
perspectivas, (MELO, 2015)¹. O
positivismo desenvolveu-se como uma linha de pensamento que exalta o
conhecimento e método científicos. Essa característica, além de exaltar os
benefícios da industrialização, seus processos e conquistas advindas da
Revolução Industrial (sem considerar o quanto a Revolução Industrial foi cruel
para a classe trabalhadora), visualiza com grande otimismo o capitalismo financeiro,
a técnica e a ciência (COTRIM, 1986)².
Segundo a
concepção desenvolvida por Conte, através de três diferentes estágios
(teológico, metafísico e positivo), o homem alcançaria o último estágio
evolutivo ou o conhecimento seguro por meio do qual o positivismo reorganizaria
a sociedade através da física social. As ideias positivistas de ordem e
progresso foram transplantadas para o território brasileiro, como se pode
observar no emblema da bandeira nacional, mas foi no período ditatorial de 1964
até fins de 1985 que o conceito de ordem foi internalizado pelas autoridades
dirigentes. Já na década de 1950 a política de incentivo à entrada de capital
estrangeiro no país, encampada pelo presidente JK, incentivou a iniciativa
privada aliada ao capital estrangeiro como medida necessária para o
desenvolvimento do país, pois se entendia por progresso uma política econômica
coordenada pelo Estado. As ideias positivistas nesse período da
História brasileira foram cruciais para legitimar a base ideológica do
capitalismo e da divisão de classes e exploração do operariado brasileiro. De
acordo com a concepção positivista o Brasil atingiria o mesmo grau de
desenvolvimento dos países europeus dentro de uma escala evolutiva.
Como a hermenêutica é capaz de auxiliar a investigação no campo das ciências sociais?
Frustradas todas as expectativas positivistas do país vir
a ser uma grande potência econômica, o método sociológico propõe outro
paradigma, voltado mais para uma perspectiva hermenêutica, adotando um caminho
diferente a fim de compreender uma realidade. Diferentemente do paradigma
positivista, o valor descritivo da pesquisa em ciências sociais se ocupa mais
com o plano prático (empiria), opondo-se ao vir a ser. A perspectiva
hermenêutica está mais voltada para a compreensão da origem e essência dos
fenômenos preocupando-se em interpretar e contextualizar as análises por diferentes
perspectivas. Por meio do paradigma hermenêutico na pesquisa qualitativa, pode-se
revelar, por exemplo, “doses” de subjetividade que o investigador carrega ao
estudar determinado fato social e que influi no resultado final de sua análise.
Assim, para o paradigma hermenêutico não há verdades absolutas, além de
analisar a História como processos plurais³.
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