Pensamento e convivência humana

pensamento e convivência humana


O livre pensar como manifestação do pensamento ou expressão humana, o conhecimento adquirido, enquanto atividade reflexiva, é uma força social concreta que ao longo da caminhada humana pelo conhecimento, teve diversas interdições pelo que se mostrava como uma ameaça aos que detinham o poder em contextos diversificados e por diferentes atores sociais. Um exemplo de interdição que preservava a hegemonia do pensamento atrelado às amarras da tradição, pode ser averiguado tanto na religião como na filosofia que estenderam suas influências por muitos séculos e ainda subsiste, de certo modo, na compreensão equivocada sobre pensamento social. Quando se versa sobre o pensamento, ainda se remete a concepção de uma força incorpórea e interior, uma espécie de força espiritual. 1
Assim, quando se organiza o pensamento e ações sem considerar o diálogo com outros saberes, ocorre que o pensamento fica comprometido com o imaginário, as fantasias e idealismo das leis. No entanto, quando o pensamento é construído através de cadeias de observações e dialogando com os fatos, se tem um pensamento menos atrelado à fantasia, normas e ideais.2 O conhecimento de um indivíduo, ou grupos de indivíduos, o modo como cada um se conecta a uma teia de informações, está intimamente relacionado com o nível de evolução do pensamento de uma determinada sociedade.3 “Pode-se perceber por que é necessário forçar um pouco a linguagem para demonstrar que, na aquisição do conhecimento, nenhum ser humano pode ser considerado um ponto de partida”.4 O conhecimento se relaciona mais com o grau de evolução da sociedade do que das relações interpessoais entre dois indivíduos. Nesse sentido, o pensamento é herdado e posteriormente repassado para futuras gerações, podendo permanecer estático em seu nível evolutivo atual ou sendo dialeticamente transformado para outro grau de desenvolvimento.

A relação entre pensamento e convivência humana estão interrelacionados, de modo que nas interações entre os sujeitos, o modo de pensar de um indivíduo está relacionado intrinsecamente com o pensamento coletivo. A forma como se percebe o mundo é um aprendizado social que se liga a uma série de fatores: forças constrangedoras, para Durkheim; pensamento padrão coletivo para Norbert Elias, ou a necessidade de criar símbolos e seus significados no dizer de Habermas. Tanto as necessidades simbólicas (carinho, afeto, etc.) quanto as necessidades humanas (comer, beber, proteger-se do frio e calor) foram decisivas para se pensar a realidade social do homem, mas também para agir e transformar o mundo.5


1RODRIGUES, Fernando J. Porque o pensamento é importante para a vida social. Disponível emhttps://www.youtube.com/watchv=zktVbdDu7UI&feature=youtu.be&list=PL5WD37LMoPGbvBwEaD8343xMcHtbutyhU Acesso em 17 de Março de 2015.
2 Idem ibidem p.
3 ELIAS, Norbert. Sociologia do conhecimento: novas perspectivas. Disponível em
4 Op. cit. p. 544.

5 RODRIGUES, Op. cit.

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