Formação continuada
O Ensino a Distância (EAD) vem se afirmando cada vez
mais no ambiente privilegiado do ensino graças ao uso de
tecnologias, as exigências e necessidades da vida urbana e da
sociedade de modo geral. Segundo Valente (2003, apud Pinho, 2009, p.
207) a formação continuada em ciências sociais deve ser articulada
desde seu egresso na vida acadêmica e não após o término da
graduação como erroneamente ocorre. O referencial teórico que
subsidirá a prática pedagógica do docente estabelece estreita
relação com uma proposta contínua de formação em Oficinas de
estudos e reflexões pedagógicas. “A formação continuada deve
estar agregada ao trabalho. Uma formação constante e integrada ao
ato de produção […] e a capacidade de aprendizagem ou de
orientação permanente estão assim no cerne da definição das
novas tarefas provenientes dessas novas tecnologias.” (LONDERO,
2009, p. 128) O docente sempre deve estar apto para se reciclar,
mostrar-se suscetível a novas aprendizagens, trabalhos de pesquisa
envolvendo esforço e habilidade para lidar com problemas atuais.
Nesse
trabalho o entendimento de formação continuada segue a mesma
definição de autores que já se debruçaram sobre o tema como sendo
um processo crítico-reflexivo em que a atividade docente é
reavaliada por meio to tripé reflexão-crítica-recriação. Na
reflexão estão presentes o pensamento sobre a atuação do
professor como formador e não como informante de conhecimentos
teóricos, mero transmissor do saber. Mais que isso, o professor é
um agente ativo de sua própria teoria devendo fomentar o debate e
prática social. No entanto, em um mundo em constantes mutações a
prática pedagógica deve ser analisada criticamente sobre os novos
rumos, nesse sentido se insere a crítica de acordo com as novas
características apresentadas que resultará na reconstrução da
prática docente.
A formação continuada voltada para educadores recebeu
ao longo dos anos diferentes denominações e abordagens, contudo sua
existência é uma necessidade crucial para o melhor desempenho
desses profissionais na educação básica. Em 1983 os cursos de
formação contínua para professores eram chamados de treinamento em
serviço, treinamento de educadores em serviços (1988), reciclagem
de professores (1992) e formação em serviço, também em 1992.
Qualificação docente (1994), formação contínua (1995),
aperfeiçoamento de professores (1996) e formação continuada
(1998). Todos colocam o conhecimento como eixo central (FALSARELLA,
2004), além disso, ressalte-se as diversas mudanças que a educação
brasileira tem passado como as reformas curriculares, avaliações
sistemáticas a nível nacional e estadual, implantação do sistema
de aprendizagem por ciclos e outras séries de medidas que tiveram
como pano de fundo a fragilidade da formação inicial dos
professores colocando-os em xeque com os princípios de uma escola
pública gratuita e de qualidade. Essa situação se agravara ainda
mais quando o Ministério da Educação verificou que a formação
continuada ofertada aos professores da década de 1990 não conseguiu
reverter o problemático quadro da educação brasileira gerando uma
preocupação tanto das estratégias de ensino na sala de aula quanto
do desenvolvimento dos processos educativos (DAVIS; NUNES; ALMEIDA,
2014).
Finalizo
esse breve esboço ressaltando a importância de articulação de
políticas públicas voltadas para a formação de professores no
estado de Alagoas, sobretudo no nível da educação básica. Há
cerca de 100 anos importantes estudos sociológicos reconhecem haver
uma relação estreita entre a educação escolar e suas formas de
exclusão quando cruzam mecanismos complexos entre países, épocas
e escolarização. (FARIA; CHRISTOFOLI, 2011). Esse cruzamento de
dados, entre outros, quando comparado com aos demais estados da
Federação, coloca Alagoas entre os mais desiguais e
consequentemente mais excludente no quesito educação e cidadania.
Talvez por esse motivo Alagoas tenha os piores índices de educação
do país, bastando averiguar os dados concernentes ao número de
matrículas com o número de jovens excluídos do sistema de ensino.
(HADAD; GRACIANO, 2006). A baixa qualidade de ensino no estado, por
si só, já é motivo suficiente para os dirigentes manifestarem
novas incursões capazes de mudar esse quadro educacional. Segundo
Mercado (2008) a inclusão de mídias digitais são saídas
importantes para o melhoramento de práticas pedagógicas. Reconhece
que muitos professores estão exclusos do uso de mídias digitais ou
não manipulam com eficiência esses recursos requerendo para isso
uma formação adequada. “Para utilizar as mídias como ferramentas
pedagógicas é necessário, é necessário antes de tudo, conhecer o
que são as mídias educacionais, como elas são aplicadas no
contexto escolar, como podem contribuir com a inclusão digital dos
professores e alunos” (MERCADO, 2008, p. 84). Em outras palavras,
não adianta tecnologizar os laboratórios de informática com
computadores, data-show e outros recursos materiais disponíveis aos
professores sem uma capacitação sobre o uso dessas tecnologias, os
educadores necessitam dessa formação para as mídias principalmente
quando se tratam de docentes que já estão há mais de dez anos no
magistério. As mudanças nos recursos materiais acontecem de forma
muito rápida, não se pode trabalhar com tecnologias fazendo uso de
uma prática pedagógica obsoleta, pois a comunicação entre as
pessoas mudaram drasticamente a maneira como se relacionam e
interagem umas com as outras, a apreensão dessa nova linguagem e seu
acompanhamento só é possível por meio da capacitação desses
profissionais.
REFERÊNCIAS
DAVIS,
Cláudia.
L. F.; NUNES,
Marina.M. R.; ALMEIDA,
Patrícia. A. et
al. Formação
continuada de professores: uma análise das modalidades e das práticas em estados e
municípios brasileiros. São Paulo: Fundação Víctor Civita, 2104. [série estudos & pesquisas
educacionais, V. 02]
continuada de professores: uma análise das modalidades e das práticas em estados e
municípios brasileiros. São Paulo: Fundação Víctor Civita, 2104. [série estudos & pesquisas
educacionais, V. 02]
FALSARELLA,
A.
M.
Formação continuada e prática de sala de aula: os efeitos da
formação
continuada na atuação do professor. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
continuada na atuação do professor. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
FARIA,
Elaine. T.; CHRISTOFOLI,
Maria. C. P. Enade
comentado 2008.
Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2011
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HADAD,
Sergio; GRACIANO,
Mariângela. A
educação entre os direitos humanos.
São Paulo:
Ação Educativa, 2006.
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LONDERO,
Márcia.
Ciências
sociais nas organizações.
Curitiba: Iesde Brasil S/A, 2009
MERCADO,
Luís.
P. L. Práticas
de formação de professores na educação a distância.
Maceió:
Edufal, 2008.
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PINHO,
Sheila.
Z.
Formação de educadores: o papel do educador e sua formação.
São Paulo:
Unesp, 2009
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VALENTE,
J. A.; PRADO,
M. A. B. B. ; ALMEIDA,
M. E. B. A. Educação
à distância via
internet. São Paulo: Avercamp, 2007
internet. São Paulo: Avercamp, 2007
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