AS DETERMINAÇÕES DA TRADIÇÃO RELIGIOSA NA CONSTRUÇÃO MENTAL DO INCONSCIENTE PESSOAL E COLETIVO

Dois conceitos são essenciais para compreensão deste conteúdo didático, o de Tradição e a definição do que seja determinação. Uma Tradição Religiosa pode ser qualquer organização que se apresente como denominação religiosa ou possua características de uma religião. Assim, por exemplo, se tem a Tradição Religiosa Cristã (Católica, Ortodoxa, Protestante), Tradição religiosa indígena, Tradição Religiosa Chinesa, Tradição religiosa Hindu, etc. Observe uma definição de Tradição:



Para muitas religiões, a tradição é o fundamento, conservado de forma oral ou escrita, dos seus conhecimentos acerca de Deus e do Mundo, dos seus preceitos culturais ou éticos. No caso do catolicismo, por exemplo, existe a diferenciação entre a tradição oral e a escritura, sendo que as duas são consideradas fontes comuns da revelação divina. Essa doutrina foi definida como dogma da fé nos Concílios de Trento em 1546, do Vaticano I em 1870 e do Vaticano II em 1965. Uma tradição pode ser interpretada de várias formas diferentes e ainda nos dias de hoje há contradições entre teólogos protestantes e católicos (SIGNIFICADO DE TRADIÇÃO, 2016).




 Já o conceito de determinação é uma palavra que vem do latim determinare, significando colocar ou marcar os limites. Nesse sentido, determinar algo implica a capacidade de alguém ou um grupo de pessoas impor suas ideias e pensamentos sobre o que considera ser verdadeiro (ORIGEM DA PALAVRA, 2016).

Não são poucas as determinações que uma tradição religiosa impõem aos seus adeptos, essas restrições são variadas e oscila desde uma simples mudança de comportamento e assimilação dos costumes do grupo religioso na qual o indivíduo passa a pertencer (corte de cabelo, modo de se vestir e agir, hábitos alimentares, etc.) até a construção mais elaborada e abrangente de respostas sobre o mundo físico e extrafísico.

Para Ferreira (2005), a lei mosaica (ou Torá) que Moisés teria recebido do próprio Deus cultuado pelos judeus e que mais tarde esse culto foi assimilado pelo Cristianismo e pelo Islamismo é um exemplo de determinações civis e religiosas, isto é, a Torá teve uma importância capital servindo-se de base para determinar tanto as normas morais quanto as regras religiosas a serem seguidas.

Muitas determinações morais e religiosas foram sendo construídas paulatinamente ao longo da história entre essas três religiões monoteístas. Tanto a Torá assim como a Bíblia e o Alcorão trazem prescrições sobre casamento e divórcio, papéis sociais de homens e mulheres, instruções de convivência e relacionamento para a vida em sociedades (JOSAPATH, 2003). “Da mesma forma que para Freud, para Jung o inconsciente, e assim também o inconsciente “religioso”, continua sendo algo que determina a pessoa.” (Frankl, 2007, 61)

 “A religião seja de qualquer origem sempre foi decisiva na definição de padrões comportamentais femininos – o catolicismo, ao impor às mulheres a imagem da Virgem e Mãe, arquétipos ineludivelmente dicotômicos; o protestantismo, com seus ideais ascéticos e puritanos derivados da doutrina calvinista; o islamismo, infringindo ao sexo feminino as mais pungentes humilhações e cerceamento de liberdade individual. Mesmo as religiões mais primitivas de origem afro ou hindu têm contribuído para imposições de origem cultural e religiosa, que, ao longo dos séculos, colocaram as mulheres na crônica do martirológio da humanidade, o que vem sendo incisivamente denunciado nos veículos de comunicação no limiar do século 21” (ALMEIDA, 2007: 66)




O surgimento das civilizações para Avillez (2015) inaugura uma ruptura entre o instinto e a razão, uma separação crucial entre o animal e o homem. Este homem enquanto ser racional passa a desprezar seus instintos, outrora necessária à sobrevivência de seus antepassados. Distinguindo um do outro passou a vigiar seus impulsos como por exemplo, procurar fazer o bem em detrimento do mal, não fazer uso da ganância, conter o ódio pelo inimigo, a inveja, o orgulho, além de outros. Ocorre porém que esse constante monitoramento dos instintos não significa que eles não existem, mas que estão adormecidos numa espécie de ethos mítológico do subconsciente e inconsciente (AVILLEZ, 2015).

Contemplando o eixo temático Culturas e Tradições Religiosas, esse conteúdo programático afirma que as "determinações" outorgadas pelas tradições religiosas operam sobre o inconsciente pessoal e coletivo dos indivíduos. Para dar conta dessa temática é necessário entendermos o que Jung (2002) definiu como inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. Será uma viagem iniciática à psicologia da religião, mas o próprio Jung esclarece que esse tipo de temática causa inicialmente um estranhamento nas pessoas, mas logo se familiarizam com o tema. O autor esclarece que o conceito de inconsciente coletivo, por ele formulado, não é bem compreendido por muitos (p. 51), portanto tentaremos compreendê-lo procurando evitar fazer afirmações descontextualizadas. Se o leio bem, o inconsciente coletivo possui uma característica universal, salvo algumas ressalvas, que está presente nos indivíduos de diferentes partes do mundo (p. 14). Sendo assim, o próprio Jung sentencia que os conteúdos do inconsciente coletivo são os arquétipos.

Um exemplo de conteúdo universal pode ser verificado na literatura sobre a Criação do mundo. O relato da Criação pode ser encontrado em diferentes partes do mundo: na Grécia antiga o mundo surgiu das águas (do Deus Oceanus), já entre os Incas o mundo surge a partir do lago sagrado Titicaca, também no Egito o primeiro casal humano emana das águas, o mesmo ocorre nas narrativas dos babilônicos e sumérios sobre a Criação, a própria Bíblia afirma que o mundo teve início com o caos das águas. A água como se pode observar aqui é o conteúdo matricial, o arquétipo para as narrativas sobre a Criação da vida constituindo um conhecimento arcaico e universal (CARNIATO, 2006). Os arquétipos universais bem conhecidos são aquelas definições ou ideias concebidas que se faz sobre o que seja um homem ou uma mulher e seu lugar na sociedade, a visão naturalizada que se tem sobre o judeu, o homem branco, o negro, o indígena, etc. (GROF, 1997).

"Da mesma forma que para freud, para Jung o inconsciente, e assim também o inconsciente "religioso", continua sendo algo que determina a pessoa" (Frankl, 2007: 61).Além do inconsciente coletivo, as tradições religiosas também constroem suas determinações no nível do inconsciente pessoal. Enquanto que no inconsciente coletivo os conteúdos são os arquétipos, no inconsciente pessoal os conteúdos são os complexos emocionais. São aqueles conteúdos que foram reprimidos ou esquecidos

“A religião seja de qualquer origem sempre foi decisiva na definição de padrões comportamentais femininos – o catolicismo, ao impor às mulheres a imagem da Virgem e Mãe, arquétipos ineludivelmente dicotômicos; o protestantismo, com seus ideais ascéticos e puritanos derivados da doutrina calvinista; o islamismo, infringindo ao sexo feminino as mais pungentes humilhações e cerceamento de liberdade individual. Mesmo as religiões mais primitivas de origem afro ou hindu têm contribuído para imposições de origem cultural e religiosa, que, ao longo dos séculos, colocaram as mulheres na crônica do martirológio da humanidade, o que vem sendo incisivamente denunciado nos veículos de comunicação no limiar do século 21” (ALMEIDA, 2007: 66)




ATIVIDADE 1: Leitura e debate sobre os arquétipos na adolescência


LEITURA E REFLEXÃO LINK.: http://www.terapiaemdia.com.br/?p=167 Acesso em 27 de Fev, de 2016

Os arquétipos da jornada do herói na juventude – O Explorador e o Amante.

Sep 24, 2009 by Ana Luisa Testa
Quem ainda não leu, aconselho que comece por ele, na sequência leia “Os arquétipos da jornada do herói na infância – O Órfão e o Inocente”


“..., os arquétipos que constelam e predominam durante a adolescência e o começo da vida adulta nos ajudam a descobrir nossa própria identidade. É muito comum na adolescência os indivíduos formarem grupos, e é justamente esse grupo que os dará o senso de identidade e de pertencimento a este  mundo. O que cria essa identidade grupal é o reconhecimento de que aquele indivíduo pertence a determinado grupo. A identificação pode se dar através de roupas, vocabulário, comportamento, gostos musicais, etc., mas sendo uma identidade criada de fora para dentro esta não permanecerá muito tempo, e o jovem sentirá a necessidade de desvendar e expressar seu verdadeiro self.
Preciso saber quem sou para buscar aquilo que quero. Isso é ter autonomia sobre a própria felicidade, e trabalhar ativamente sobre seu presente e seu futuro".

Os arquétipos desta fase, como o próprio título menciona, são o Amante e o Explorador. Vamos começar pelo Explorador(….) de que forma esse arquétipo ajuda o jovem a desvendar sua identidade?

ARQUÉTIPO: O EXPLORADOR
"Basicamente fazendo o corte entre o conhecido e o desconhecido. Incentivando o jovem a ir além, sair de sua zona de conforto e se expor ao mundo. O explorador quer distância, quer se isolar para saber do que é feito. Teme que a comunidade possa influenciá-lo a abrir mão daquilo que ele é, teme se perder através de relacionamentos de  intimidade. O explorador nos ajuda a nos afastarmos de nossos pais e a conquistar nossa independência, que garante a autonomia do ser. Ele nos ajuda a explorar diversas opções e a não se comprometer com nenhuma delas. Seu lema é liberdade.
Quando o explorador predomina, descobrimos nossa identidade nos diferenciando das outras pessoas. Os perigos dessa predominância podem ser vários, como a dificuldade em estabelecer vínculos afetivos e em se comprometer com o trabalho. O preço da liberdade pode ser pago com o sentimento de solidão.
Por não querer abrir mão das opções, o explorador acaba se comprometendo com nenhuma".




ARQUÉTIPO: AMANTE
"Já o arquétipo do Amante funciona praticamente de forma oposta, e compensa os aspectos do Explorador. Os dois em equilíbrio permitem que a pessoa desenvolva sua capacidade de amar e de se comprometer sem perder seu senso de individualidade.
O Amante nos ajuda a encontrar nossa identidade através daquilo que amamos. Nos interessamos por romance, amor, sexo… por firmar compromissos conosco e com os outros… um curso, um trabalho, um parceiro, etc…. e começamos a dar descrições da nossa personalidade de acordo com o que fazemos no mundo e das relações que estabelecemos".

RESPONDA

Faça o teste… imagine como você se definiria para alguém… como se fosse seu primeiro contato com um desconhecido.
1) como você se apresentaria para ele… falaria sobre sua profissão? Se namora, se tem filhos, das coisas que gosta de fazer? 

R: Se sua resposta é sim, provavelmente o arquétipo do Amante exerce alguma influência sobre você.

ANÁLISE DA AUTORA:
"Quais seriam os perigos da predominância desse arquétipo? Talvez certa sensação de falta de liberdade. De tolhimento de partes do nosso eu. Tentamos ficar num equilíbrio sutil entre o EU e o OUTRO, e ceder aos desejos do outro pode ser sentido como frustração dos desejos do eu".

"Quando o conflito da dualidade Amante x Explorador é resolvido, temos nas narrativas heróicas o encontro da Terra Prometida. A chegada a esse lugar simboliza o encontro da verdadeira identidade do herói e sua ligação com o amor transcendente. O herói tem uma identidade, ou seja, um sentimento de autonomia manifestado em sua capacidade de relacionar-se com as pessoas, comprometer-se com sua missão e aceitar com amor os desígnos de Deus para ele".

"A Terra Prometida é o lugar em que podemos ser livres para viver nossos verdadeiros selves, amar e sermos amados – por aquilo que de fato somos. Talvez para você a Terra Prometida seja um lugar fixo, um espaço aonde você é e convive com quem ama. Ou talvez seja um estado de espírito, que te acompanha aonde quer que você vá. Seja qual for, permaneça vigilante para que não sejas expulso do paraíso…"



ATIVIDADE 2: Leitura do texto

HISTÓRIA DA BELEZA
Denise Bernuzzi de Sant’Anna


"A busca da beleza possui uma longa e diversificada história. Das pinturas ao redor dos olhos, utilizadas por homens e mulheres do Egito antigo, até as modernas cirurgias plásticas capazes de modificar radicalmente os corpos, percebe-se o quanto o ser humano já se esforçou para alcançar a beleza e a juventude. Ambas caminham de mãos dadas, mas entre homens e mulheres as diferenças sempre foram significativas. Enquanto que para elas a beleza esteve várias vezes associada à graça e à harmonia das formas, para eles, ser belo significou, durante séculos, força física e traços próximos à imagem da ferocidade. Ao contrário das mulheres, o aspecto julgado agressivo da boca ou do nariz masculinos não era necessariamente um sinal de feiúra, pelo contrário: sinalizava um certo charme, atraía porque evocava virilidade, como se a imagem da ferocidade fosse o melhor testemunho da coragem de vencer uma guerra. Por isso, a beleza masculina esteve várias vezes próxima à assimetria das formas e à força do corpo. Com o desenvolvimento das sociedades industriais e, sobretudo, com o aumento do trabalho feminino fora de casa, alguns desses traços evocadores da luta pública também passaram a ser valorizados na aparência das mulheres, tais como, a boca grande, os membros inferiores longos e fortes, o tórax largo, enfim, um corpo talhado para a batalha e a corrida. Além das diferenças entre os sexos, a beleza possui uma história rica em invenções: o primeiro creme em pote, condicionado industrialmente, foi inventado pelos ingleses e se chamava Simon. Isto ocorreu em 1860. Desde então, as mulheres aderiram cada vez mais assiduamente aos cremes de beleza e a outros artifícios em moda. No Brasil, por exemplo, em meados do século XIX, uma crônica de José de Alencar já mencionava a venda de "postiços" de todas as qualidades para embelezar a carioca: pomadas para tingir os cabelos, óleos perfumados para o corpo, perucas, perfumes e pós. No entanto, a austeridade moral daquela época não concordava que uma mulher de boa família utilizasse diariamente todos esses produtos. Mesmo na década de 1920, quando a revista Fon-Fon divulgava novos cosméticos para o rejuvenescimento, costumava-se dizer que "a mulher de má pinta é a que mais a cara pinta". A tendência geral ainda era considerar a beleza um dom divino e não algo que se compra e se inventa diariamente. Mas, a partir da segunda guerra mundial, no Brasil, assim como em outros países, a cosmetologia se tornou uma ciência independente da química e da dermatologia e a publicidade começou a anunciar que não há mais idade nem um único momento para se embelezar; doravante só é feia quem quer. Diferente dos anos anteriores, o embelezamento passaria a ser aceito como um gesto rotineiro, não apenas um dever, mas, também, um direito, principalmente das mulheres. A venda de produtos de maquilagem portáteis, compactos e práticos de usar, contribuiu para dotar o gesto embelezador de uma naturalidade outrora rara. Para as brotinhos dos anos dourados, que abandonavam o lânguido glamour dos vestidos rabo de peixe dos anos 40 e ingressam na moda do prático jeans ou do refrescante sex-appeal em voga, não bastava parecer bela: o uso das tradicionais cinturitas foi substituído pelos novos regimes e ginásticas, o trabalho embelezador ganhou produtos "naturais" e logo contaria com cirurgias cada vez menos invasivas. Depois da década de 1980, essa tendência se acelera. O embelezamento passa a ser um gesto mais exigente, convocando partes do corpo até então alheias aos cosméticos e cirurgias. Um gesto que demanda um consumo infinito de serviços para a boa forma e uma atenção intensiva e, por vezes, exclusiva, sobre a aparência e a saúde. Torna-se mais fácil liberar e despir o corpo e, por isso mesmo, aumenta a necessidade de nutri-lo com produtos de beleza, de "vesti-lo" com músculos e próteses. No tempo dos espartilhos e primeiros cosméticos industrializados os cuidados com a estética destinavam-se sobretudo aos jovens. Hoje a beleza é um direito e uma norma para todos. Além disso, quanto mais o corpo se mostra e se despe, maior se torna a necessidade de investir em novos produtos de beleza. Assim, se na época de nossas avós a beleza encontrava-se apenas em algumas partes do corpo coberto por roupas, hoje ela está em toda a parte, pois atingiu as zonas mais íntimas do corpo. As depilações e os bronzeamentos não têm mais fronteiras. Não há mais idade nem momento certo para se embelezar. Cuidar da beleza se tornou um grande negócio para milhares de empresas e ao mesmo tempo uma obrigação para todos. Da alma da beleza que se alojava em algumas partes do corpo, passa-se, enfim, para uma beleza sem alma, pois esta pretende, agora, ser total e, principalmente, eterna".



ATIVIDADE 3; QUEM SOU EU?

1) Pense naquilo que é seu, nas coisas de que você gosta ou que são características suas, e responda a primeira coisa que venha a sua cabeça para cada item abaixo:



a) Uma mania.....................................

b) Algo insuportável ......................................

c) Algo fundamental na vida ......................................

d) Um capricho..........................................

e) Um desejo..............................................

f) Uma qualidade ...............................................

g) Um defeito ...................................................

h) Um segredo ....................................................................

i) Uma coisa a se jogar fora.........................................................

j) Algo precioso........................................................

k) Uma música................................................................

l) Um bicho ............................................................

m) Um cheiro .......................................................

n) Uma estação do ano ..........................................................

o) Um horário do dia ........................................................

p) Um lugar ..............................................

q) Uma cor......................................................

Revista Mundo Jovem

ATIVIDADE 4: Leitura e reflexão do texto "As coisas sempre foram assim por aqui..."


As coisas sempre foram assim por aqui...

"Ouvi dizer:
“Um grupo de cientistas colocou 5 macacos numa jaula, em cujo centro pôs uma escada e sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.
 Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o enchiam de pancada. Passado mais algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.
 Então os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.
 Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.
 Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles por que batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."

Essa historia serve para ilustrar a criação de um paradigma, um tabu, um preconceito, ou qualquer que seja o nome que se queira usar. São pensamentos que fazem parte do imaginário humano e nos trazem a ilusória sensação de que está tudo em ordem por que tudo sempre foi assim. Vários são os exemplos: homem não chora, leite com manga faz mal, rouba mas faz, votar no menos pior, o anarquista invadiram e colocaram fogo em sua casa, a ameaça vermelha.
São crenças construídas no passado que moldam nosso modo ocidental de viver. Nós vivemos carregando esses cadáveres por ai sem nunca perguntar, “por quê?”
 Pense em quantas coisas existem apenas por que sempre existiram e continuam válidas apenas pelo argumento da tradição. Pense em como estamos agindo como estes macacos, vivendo sem questionar.
Pergunte-se: Por que continuar vivendo assim? Por que não experimentar padrões novos? Por que agir como um macaco treinado e condicionado pelo passado? Vale mais uma vida confortável na prisão da ignorância e do preconceito ou a inquietação e revolta que a compreensão e reflexão proporcionam? "
(R C QUARESMA, 2008)
1- Pesquise o significado das palavras:
a)condicionamento;  
b) regras;
c) castigo.


2- Com suas palavras escreva um texto usando os termos acima (condicionamento, regras e castigo) observando uma situação em que isso ocorre com pessoas em  nossa sociedade. Seja criativo.


3- Cite exemplos de determinações:
a) familiar;
b) religiosas;
c) sociais;


4- O brasileiro é preconceituoso? Dê exemplos.


5- O que é tolerância?










REFERÊNCIAS



ALMEIDA, jane. S. Ler as letras: por que educar meninas e mulheres? Campinas: autores associados, 2007.


CARNIATO, Maria. I. Expressões do sagrado na humanidade: 6ª série. São Paulo: Paulinas, 2006. [coleção Ensino Religioso Fundamental].


DE AVILLEZ, Gerson. M. A evolução e formação do ethos pela educação e suas deficiências no mundo. Disponível em https://books.google.com.br/books?id=61rYCQAAQBAJ&pg=PA90&dq=forma%C3%A7%C3%A3o+do+inconsciente+coletivo&hl=pt-BR&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=forma%C3%A7%C3%A3o%20do%20inconsciente%20coletivo&f=false Acesso em 24 de Fev. de 2016.


FERREIRA, Joel. A. Gálatas – A epístola da abertura de fronteiras. São Paulo: Loyola, 2005


FRANKL, Viktor. E. A presença ignorada de Deus. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes, 2007


GROF, Stanislav. A aventura da autodescoberta. São Paulo: Summus, 1997.


JOSAPATH, Carlos. Evangelho e diálogo inter-religioso. São Paulo: Loyola, 2003


JUNG, Carl. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.


ORIGEM DA PALAVRA. Disponível em (http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/determinacao/ Acesso em 24 de Fev. de 2016).


QUARESMA, R. S. As coisas sempre foram assim por aqui. Disponível em http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/1047016 Acesso em 13 de Mar. de 2016


SIGNIFICADO DE TRADIÇÃO. Disponível em http://www.significados.com.br/tradicao/ Acesso em 24 de fev. ded 2016.

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