A IDEIA DO TRANSCENDENTE NA VISÃO TRADICIONAL E ATUAL
O
Transcendente tem sido modificado ao longo da história e
apresenta-se de maneira e formas muito diferentes de uma cultura para
outra (SCHOCK, 2016). “(...) na evolução da estrutura religiosa a
respectiva formação da ideia do Transcendente no decorrer
dos tempos, (…) determinam como verdade do Transcendente (…)
para um determinado grupo (SCHOCK, 2016: 128) Assim, dependendo do
contexto social o Transcendente pode ser apresentado como sendo um
astro, um animal, planta, fenômeno natural ou qualquer outra
personalização inclusive com aparência e características humanas
ou antropomórficas.
Para a
compreensão do antropomorfismo, tome-se como exemplo algumas
civilizações da antiguidade como a egípcia. Observa-se que para
esse povo o transcendente possuía muitas das características
humanas.
O antropomorfismo é a forma de pensamento que atribui
características ou aspectos humanos a um Deus, a animais, a
elementos da natureza e a objetos variados, ou seja, é a humanização
de objetos ( MARINO, 2013: 147)
Ilustração
1:
https://www.goo
gle.com.br/search?q=personagem+disney&newwindow=1&espv=2&tbm=isch&imgil=H73YkA95eRWwQM%253A%253B-I3_dP_nOgXDGM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fultradownloads.com.br%25252Fpapel-de-parede%25252FPersonagens-da-Disney%25252F&source=iu&pf=m&fir=H73YkA95eRWwQM%253A%252C-I3_dP_nOgXDGM%252C_&usg=__d3ct1DPDKeWnaoU3IMhNbjaFH-M%3D&biw=1366&bih=643&ved=0ahUKEwj53aKck6DLAhWKOz4KHbd-CV4QyjcIkgE&ei=0uPVVvmsFor3-AG3_aXwBQ#imgrc=H73YkA95eRWwQM%3A
Assim,
por exemplo, características peculiares como a linguagem falada ou
sentimentos de amor e ódio, arrependimento, alegria e tristeza,
etc., que os humanos externam em alguma situação de sua vida, são
hibridizadas com seres inanimados, os animais, as plantas e diversos
elementos da natureza. O antropomorfismo é muito comum no cinema e
desenhos animados em diferentes versões. A título de exemplo
tome-se a criação do desenhista Walter Lantez, da Walt Disney, que
criou um personagem de histórias animadas com base em um pássaro (o pica-pau) cujas características antropomórficas desse personagem é
conhecidamente seu mau humor, a fala e para aproximar ainda mais sua
aparência com os humanos o personagem tem mãos. Este exemplo é tão
somente um entre muitos outros desenhos animados produzido pela
Disney e popularmente conhecidos como Tom & Jerry, Zé Carioca,
Faísca e Fumaça, a pantera cor-de-rosa, Mickey mouse, pato Donald e
Margarida, Pateta, Tio Patinhas, etc.
Na
Mesopotâmia muitas divindades possuem características humanas
caracterizando o antropomorfismo. Os sumérios, povos que habitavam
aquela região, tinham milhares de Deuses que possuíam as mesmas
qualidades (senso de justiça, compassivos, valorizava a verdade,
etc.) e os mesmos defeitos que os humanos (cruéis, vingativos,
ambiciosos, ciumentos, etc.) (FUNARI, 2012).
O
antropomorfismo também é observado na linguagem bíblica para se
referir à Deus.
“Para falar de Deus, o autor das
Escrituras serve-se de experiências humanas decisivas. Pode assim se
referir à “ira de Deus” (Ex 4,14; Num 12,9; 25,3) ao
“arrependimento de Deus” ( Gn 6,5; 32,14; 2Sm 24,16), ao seu amor
paterno e materno (Os 11, 1-15; Is 49, 15s) ao ciúme e paixão de
Deus pelo Povo da aliança (…) (Os 2, 4-22) etc”. (MURAD,
1994: 77)
Os
povos primitivos tinham seu panteão sagrado. Acreditavam que os
animais eram divinos e mitificaram esse panteão animal através de
ritos. O boi, o elefante, a coruja, o carneiro, o escaravelho e
muitos outros animais dependendo da cultura de cada povo eram
entendidos como seres divinos pelas qualidades que encerravam cada
um: coragem, destreza, força, invencibilidade, etc. Era uma
característica zoomórfica dos povos que viviam da caça.
No antigo Egito a
concepção de deidade toma uma forma híbrida sem dissociar de vez
com o panteão animal. O antropozoomorfismo, isto é, divindades
metade gente e metade animal reinaram no imaginário popular dos
egípcios e chegam à modernidade na forma de mitos. A adoração de
animais é conhecida como zoolatria e é um fenômeno religioso
presente no Egito antigo onde erguia-se suntuosos templos em
homenagem ao macaco ou um gato, por exemplo (PIAZZA, 1996).
Na Grécia,
acreditava-se que os deuses habitavam o Monte Olimpo e muitas das
divindades gregas tinham associações com os bichos. Basta verificar
a mitologia grega: minotauro, Poseidon, fênix, etc. Os bichos,
embora rebaixados à categoria de mascotes, ainda encantavam os
humanos.
Na Amazônia essas
práticas totêmicas ainda existem em poucas tribos como resquício
de uma mitologia ancestral. O antropomorfismo – que gerou uma
compreensão de um deus com aspecto humano teve início no ano 3200
a.C. O que se pode tirar disso tudo? A noção de Deus já passou por
várias transformações desde astro, natureza, bichos, aura,
humanos e continua se metamorfoseando conforme as culturas
de cada povo, mas para a cultura ocidental a concepção de deus é
de que ele tem aparência e aspectos humanos.
ATIVIDADE 1: Que tal você bancar
o (a) artista e mostrar que é bom no desenho? Siga os passos abaixo
e desenhe o Mickey Mouse no seu caderno e depois responda:
a) cite uma
característica antropomórfica do Mickey:
b) que animal é o
Mickey? Qual a característica desse animal?
c) Qual o seu
desenho animado preferido? Ele possui características
antropomórficas? Cite uma.
REFERÊNCIAS
FUNARI, Pedro.
P. As religiões que o mundo esqueceu: como egípcios,
gregos, celtas, astecas e outros povos cultuavam seus deuses. São
Paulo: Contexto, 2012
MARINO, Vito.
Os deuses não eram astronautas.
São Paulo: Santarém, 2013.
MURAD,
Afonso. Este
cristianismo inquieto: a fé cristã encarnada, em Juan Luis segundo.
São Paulo: Loyola, 1994
[coleção fé e realidade].
SCHOCK, Marlon. Aportes
epistemológicos para o Ensino Religioso na escola: um estudo
analítico-propositivo. São Leopoldo: [s. l.], 2012. Disponível
em
https://books.google.com.br/books?id=sapVBQAAQBAJ&pg=PA176&dq=lugares+sagrados&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiGsMCVtYPLAhXEIJAKHfFIAUo4ChDoAQgoMAI#v=onepage&q=lugares%20sagrados&f=false.
Acesso em 18 de Fev. de 2016.
O Transcendente tem sido modificado ao longo da história e apresenta-se de maneira e formas muito diferentes de uma cultura para outra (SCHOCK, 2016). “(...) na evolução da estrutura religiosa a respectiva formação da ideia do Transcendente no decorrer dos tempos, (…) determinam como verdade do Transcendente (…) para um determinado grupo (SCHOCK, 2016: 128) Assim, dependendo do contexto social o Transcendente pode ser apresentado como sendo um astro, um animal, planta, fenômeno natural ou qualquer outra personalização inclusive com aparência e características humanas ou antropomórficas.
ResponderExcluirPara a compreensão do antropomorfismo, tome-se como exemplo algumas civilizações da antiguidade como a egípcia. Observa-se que para esse povo o transcendente possuía muitas das características humanas.
O antropomorfismo é a forma de pensamento que atribui características ou