A escolha do autor e sua obra: o livro-texto
Inicialmente pode-se vislumbrar o modo pelo qual o livro-texto apresenta com pertinência os autores e suas respectivas correntes de pensamento. Outro importante aspecto é a classificação desses autores por século, escola e área do conhecimento, mesmo que muitas dessas classificações possam ser consideradas sincrônicas, essa divisão espacial permite visualizar o contexto social em que esses autores estavam inseridos. Acima de tudo, é fundamental ressaltar que a consulta aos diversos autores elencados, oferece uma interessante oportunidade para verificação e elaboração de temas pretendidos a serem dinamizados em sala de aula. As escolhas autorais de que trata o lívro-texto, esclarece que o desenvolvimento contínuo de distintas correntes de pensamentos assume importantes posições no estabelecimento das direções teóricas e preferenciais do pesquisador. Não se pode negar o quanto a determinação clara e objetiva dos autores e suas respectivas linhas de pensamento contribuem pedagogicamente para abalizar a prática de ensino de sociologia.
Desse modo, as escolhas autorais apontam para a melhoria do fazer pedagógico, mas como observa o livro-texto, essas preferências decorrem de alguns fatores específicos como, por exemplo, a trajetória estudantil e a influência dos professores. Outras influências que podem resultar na escolha de determinado autor em vez de outro podem estar vinculadas à interesses políticos e culturais ou a facilidade de financiamento, perfil do tema ou objeto. Como se pode perceber a escolha não é uma atitude neutra, desinteressada, mas politicamente orientada, ainda que consciente ou não (ALVES, 2005a).
Como os conteúdos temáticos não nascem por geração espontânea, mas ao contrário, estão presentes nos processos sociais, políticos e econômicos resultante das interações e relações de poder entre indivíduos, grupos de indivíduos, classes sociais e instituições, faz-se necessário sua especificação criteriosa. Cairia no hermetismo abordar um tema muito específico ligado a determinada corrente de pensamento e consequentemente a um seleto grupo autoral, misturando vários autores e escolas algumas vezes até contraditórias entre si. É preciso considerar que o trabalho de muitos autores estão relacionados com a própria história temática, inclusive se confundindo com ela. Como a sociedade não é estática, mas está em constante transformação, os processos sociais são múltiplos, vão se diferenciando, acompanhado as transformações da sociedade. Como os interesses também são múltiplos, os conteúdos temáticos se alteram constantemente. A descrição dos principais autores das ciências sociais pelo livro-texto favorecem importantes informações ao futuro docente sobre qual caminho seguir ao selecionar um tema (ALVES, 20015b).
Desse modo, as escolhas autorais apontam para a melhoria do fazer pedagógico, mas como observa o livro-texto, essas preferências decorrem de alguns fatores específicos como, por exemplo, a trajetória estudantil e a influência dos professores. Outras influências que podem resultar na escolha de determinado autor em vez de outro podem estar vinculadas à interesses políticos e culturais ou a facilidade de financiamento, perfil do tema ou objeto. Como se pode perceber a escolha não é uma atitude neutra, desinteressada, mas politicamente orientada, ainda que consciente ou não (ALVES, 2005a).
Como os conteúdos temáticos não nascem por geração espontânea, mas ao contrário, estão presentes nos processos sociais, políticos e econômicos resultante das interações e relações de poder entre indivíduos, grupos de indivíduos, classes sociais e instituições, faz-se necessário sua especificação criteriosa. Cairia no hermetismo abordar um tema muito específico ligado a determinada corrente de pensamento e consequentemente a um seleto grupo autoral, misturando vários autores e escolas algumas vezes até contraditórias entre si. É preciso considerar que o trabalho de muitos autores estão relacionados com a própria história temática, inclusive se confundindo com ela. Como a sociedade não é estática, mas está em constante transformação, os processos sociais são múltiplos, vão se diferenciando, acompanhado as transformações da sociedade. Como os interesses também são múltiplos, os conteúdos temáticos se alteram constantemente. A descrição dos principais autores das ciências sociais pelo livro-texto favorecem importantes informações ao futuro docente sobre qual caminho seguir ao selecionar um tema (ALVES, 20015b).
Podemos vislumbrar que a cada módulo que se abre a nós graduandos, importantes contribuições dos mais variados autores no campo sociológico, antropológico e político são apresentadas. As análises e perspectivas dessas correntes de pensamento se revelam norteadoras na elucidação de muitos problemas contemporâneos. Algumas vezes, essas novas abordagens se erguem ora como contestação, ora como total ruptura às fundamentações de autores que os precederam, podendo ocorrer também que outros autores consolidem as ideias recebidas. Por conseguinte, essa dinâmica entre tese e antítese contribui para o processo de expansão do conhecimento, uma vez que não se fixa numa única abordagem teórica. Do mesmo modo, as novas contribuições preconizadas garantem a ampliação dos horizontes para o trabalho docente no sentido de relativizar o conhecimento sobre diferentes perspectivas.
Recentemente, por ocasião dos estudos sobre a formação política e social do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda tem despertado bastante atenção pela maneira com que sua obra, Raízes do Brasil, é apresentada nos círculos acadêmicos. Ainda que sua obra possua influências teóricas de Weber (o que engrandece ainda mais o trabalho de Sérgio Buarque), minha escolha por esse autor talvez se justifique pelo fato de Raízes do Brasil traduzir nosso censo de pertencimento, mas também por denunciar o racismo existente no Brasil e valorizar o negro reconhecendo sua importância na construção social daquele que viria a se tornar um Brasil-nação. Diferentemente do hibridismo de Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, Raízes do Brasil critica os fundamentos patriarcais de Freyre e Oliveira Vianna e desconstrói o discurso liberal de equilíbrio de antagonismos, sociedade hierárquica e autoritária (HOLANDA, 1995).
Talvez o principal fator que tenha influenciado essa preferência pessoal tenha sido mesmo a questão racial, mas não se pode desmerecer outros aspectos apontados por Sérgio Buarque de Holanda em sua metodologia dos contrários como, por exemplo a cordialidade dos brasileiros, a percepção que muitos dos problemas de nossa sociedade tem suas raízes na formação da colônia, a ruptura com o naturalismo e evolucionismo cultural. Essas questões de fundo re revelaram desapaixonadas de uma literatura que privilegiava o passado, como se o país fosse um grande engenho feudal. Essas e outras análises de Sérgio Buarque de Holanda parecem traduzir bem nossos pensamentos, mas também os problemas contemporâneos. Raízes do Brasil configura um radicalismo intelectual, uma ruptura com o passado situando-o como a transição de um novo pensar sobre os problemas sociais, políticos e econômicos do Brasil (HOLANDA, 1995).
REFERÊNCIAS
ALVES, Elder. P. M. Projetos Integradores 5. Disponível em http://ava.ead.ufal.br/course/view.php?id=2410. Acesso em 20 de Maio de 2015.
______. Aprendendo a construir um curso autoral. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=wy03wEEGGqw&feature=youtu.be. Acesso em 21 de Maio de 2015.
HOLANDA, Sérgio. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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