O recurso cibernético e artístico em sala de aula


 Algumas escolas disponibilizam aos professores e alunos diversos materiais do tipo cibernético como data show, notebook, Laboratório de informática e computadores conectados com a internet. Cada vez mais o uso destas tecnologias fazem parte da rotina da escola e a adesão a esses instrumentos voltados para a educação vem se afirmando como necessária (LEITURA COMPLEMENTAR: RECURSOS DIDÁTICOS).

Para explorar um recurso cibernético nas aulas de sociologia pensou-se em criar um Álbum de fotografias no Facebook onde os estudantes postarão imagens de suas interações e experiências com base nos contatos sociais primários (família, vizinhança, suas relações sociais, etc.). E os contatos sociais secundários como os contatos impessoais, calculados, formais. Ex.: passageiro e cobrador de ônibus, vendedor e consumidor, o contato via Facebook, e-mail, celular também são exemplos de contatos secundários (LAKATOS, 1985).

Esse tipo de atividade visa instigar no aluno que o compartilhamento e a interação não é um privilégio do mundo moderno, mas algo que já acontecia a muito tempo. Atualmente quando um jovem compartilha ou curte algum post através das redes sociais, não imagina que o conhecimento e/ou descobertas feitas já eram comunicadas, curtidas e compartilhadas às outras pessoas há milhares de anos. Isso serve de estímulo e ponto de partida para o desenvolvimento de novas invenções. O conhecimento compartilhado impede que aquilo que foi descoberto se perca com a morte de seus descobridores, ou ainda permaneça restrito a um seleto grupo. Então, o que se fazia no passado com muito sacrifício passando o conhecimento de geração a geração e conservando-o em lugar seguro como em cavernas, bibliotecas, museus, etc. Atualmente pode ser facilmente compartilhado por meio do ciberespaço e uso de mídias digitais. Entre outras coisas essa atividade pode fazer com que o aluno compreenda a importância das boas relações sociais para o convívio humano ou refletir como a socialização de regras, leis e costumes são necessárias para integrar o indivíduo no grupo em que está inserido e ainda observar a variedade de formas e contatos sociais pelo qual passa o(s) indivíduo(s) em sua convivência humana.

Para utilizar um recurso artístico foi pensado realizar um trabalho com charges na sala de aula. Ressalta-se aos alunos que o uso de desenhos (caricaturas, cartoons, etc.) é um recurso muito utilizado em revistas, jornais, animações, logotipos e se caracterizam por transmitir uma mensagem facilmente captada pela linguagem pictórica  para criticar ou denunciar uma determinada situação social. A charge constitui também um gênero que mantêm a ideia principal do discurso nas entrelinhas, facilitando a construção de um discurso crítico nos alunos (SANTOS; PEREIRA; SIMÕES, 2014).

Para criar uma descontração e ao mesmo tempo tornar a aula convidativa, pensou-se em substituir o retrato dos clássicos das Ciências Sociais como Florestan Fernandes, Karl Marx, pela charge. Nesse caso, o professor apresentará um desenho de cada um dos autores conduzindo os estudantes pela sala (ou pátio da escola) informando sobre quem são os retratados, país de origem, assim por diante. Por exemplo diante da charge do sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995), um dos maiores sociólogos brasileiros, o professor explica quem foi o personagem: nasceu em São Paulo, filho de família humilde, teve que trabalhar cedo sem ter concluído o ensino primário, depois fez o supletivo (antigo curso madureira) estudou Ciências Sociais na Usp onde lecionou e foi caçado pelo Regime Militar. Florestan é o principal representante da Sociologia crítica no Brasil, seus trabalhos denunciam as desigualdades sociais, as contradições sociais, o papel da Sociologia. Principais obras: A organização social dos Tupinambá (1949), Fundamentos empíricos da explicação sociológica (1959), A sociologia numa era de Revolução Social (1963). O mesmo se faz com os autores Karl Marx, Émile Durkheim, Max Weber, etc.

 Como atividade didática, a ideia foi pedir que os alunos escolham um dos  pensadores expostos que mais se identificaram ou gostariam de conhecer melhor suas ideias. Em seguida fizessem uma pesquisa biográfica sobre a vida e obra do autor selecionado. Outra alternativa possível de trabalho é pedir aos alunos que busquem em revistas, livros ou pela internet, charges que manifestem uma crítica de natureza política, esportiva, personalidades, economia, etc. Os alunos deveriam trazer os recortes para a sala de aula e ser capaz de identificar o discurso implícito no desenho. Outra possibilidade é solicitar que os alunos criem suas próprias charges  satirizando uma situação coetânea da escola, do bairro ou da sociedade de modo geral.
 




REFERÊNCIAS





LEITURA COMPLEMENTAR: RECURSOS DIDÁTICOS. s.l. s. n. s. d.

BRAGA JÚNIOR. Manual de Projetos Integradores 4: o uso de recursos didáticos no ensino de sociologia no ensino médio. [versão preliminar]. [s. n. s. d.]

LAKATOS, Eva. M. Sociologia geral. São Paulo: Atlas, 1985.

SANTOS, Ellen. C. S. ; PEREIRA, Isabela. B. ; SIMÕES, Kamila. A. A leitura e a charge no processo de formação de leitores. Disponível em http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=5&ved=0CD4QFjAE&url=http%3A%2F%2Fperiodicos.unifacef.com.br%2Findex.php%2Frel%2Farticle%2Fdownload%2F417%2F399&ei=1D1hVJudGeTdsAT2rILoCQ&usg=AFQjCNGPQxQySKDAMUh2hZHenu98QfHiY. Acesso em 10 de Nov. 2014.

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