Professor de Sociologia em formação

Santos (2016) ao listar como problemático a falta de professores licenciados em Ciências Sociais na capital do estado, reitera que nos municípios alagoanos esse problema se alastra. De fato, essa situação não é exclusivismo da área das Ciências Sociais, outras disciplinas do Ensino Fundamental e Médio sofrem do mesmo mal. Prática comum de muitos governos e situação bem conhecida nas escolas públicas do Estado, a lotação de professores em disciplinas diferentes daquela em que se licenciou obedece a uma lógica diferente daquelas exigidas pelas leis, portarias e resoluções educacionais. Assim, tem-se licenciados em Matemática ensinando Língua Portuguesa (está fora de cogitação se o (a) professor(a) tem habilidade com a disciplina), a questão é bem mais ampla: por que os dirigentes públicos não têm interesse em suprir essas carências? Mesmo as vagas abertas em concursos são insuficientes para suprir a carência.

 Apesar do autor mencionar que não explorará em seu trabalho sobre as circunstâncias políticas, históricas e acadêmicas que envolvem o cenário sobre o ensino de Sociologia no Ensino Médio: “(...) não temos condições objetivas e subjetivas para empreender um estudo de tamanha envergadura no momento” (SANTOS, 2016: 82). Todavia, o autor aponta nas páginas seguintes o vínculo empregatício, a falta de formação inicial e continuada, a reduzida carga horária e o desinteresse do alunado pela disciplina como práticas que persistem e degradam o ensino.

 Todo este estado de questões reflete um cenário crítico do ensino brasileiro. O autor reivindica o lugar do professor de Sociologia na Educação Básica, pois segundo Santos (2014), licenciados de outras áreas ocupam essas vagas: “Este cenário de licenciados em outras áreas do conhecimento lecionando (…) Sociologia permanece intenso, especialmente nas mesorregiões mais afastadas da capital”( Op. cit., p. 83). O estudo de campo realizado por Santos, revela a ineficiência de políticas no combater ao cenário de sucateamento do ensino.

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