Sexo e Temperamento



Entre os índios da tribo arapesh, as crianças são amamentadas até os 3 ou 4 anos. Atinge sua personalidade aos sete ou oito anos. Aprendem ofícios e são desencorajados a ter comportamento agressivo. Nessas tribos a guarda e responsabilidade são compartilhadas pelos pais, numa relação saudável, cordial e confiante. A única diferença entre ambos, envolve a afetividade e manifestação de raiva. Os aparesh praticam o controle populacional da tribo através do infanticídio. Existem tabus como não comer algumas carnes, não mastubar-se, etc. e aprendem a reverenciar o Taberan. A tradição dos aparesh é transmitidos dos pais para os filhos de geração à geração. Os casamentos são arranjados pelos pais quando os jovens têm nove ou dez anos. Envolto à relatos supersticiosos, contudo os aparesh não desenvolveram natureza agressiva, nem senso de propriedade. Valoriza a docilidade, companheirismo e cordialidade como ideais a serem seguidos, porém não impõem um sistema rígido. 

Contrariamente ao povo aparesh, os índios mundugumors apresentam hábitos de canibalismo e caçadores de cabeça. Composta de uma população de mil indivíduos aproximadamente, apresentam traços de agressividade em sua cultura, são competitivos, viris e determinados. Na divisão social dos papéis de gênero homens caçam , mas também plantam e dançam, sua iniciação é obrigatória e sádica, há grande hostilidade entre membros do mesmo sexo. Povo hostil, dsprezam o povo dos pântanos (ceramistas) com quem tem uma relação comercial. A educação da criança mundugumor é muito rígida e seus filhos podem ser usados como moeda de troca. A sociedade mundugumor não se organiza em clãs, mas em cordas ligados por laços de sangue. O modelo familiar permite a poligamia associando-à riqueza. A iniciação é um ritual de passagem que permite a um iniciado ser aceito ou não pelo grupo social. Apto para a vida adulta a estrutura da sociedade mundugumor é reproduzida pelo ciclo da qual os jovens crescem, casam e reproduzem a prole. Há uma preocupação com a virgindade da mulher em contraposição aos homens. Diferentemente dos Mundugumor e dos Arapech, existe na sociedade Tchambuli, uma rígida divisão social do trabalho, caracterizado pelo papel de gênero. Enquanto as mulheres pescam, cozinham e tecem mosquiteiros, o homem é responsável pela dança. O rito de passagem para a vida adulta inicia-se por volta dos seis ou sete anos, antes disso todos são considerados iguais. O ritual é uma iniciação aos papéis de gênero dentro da sociedade. Entre os Tchambuli, impera o matriarcado - onde a mulher exerce um papel central - é ela quem toma as decisões e organiza as economias além de sustentar a casa e tem o poder de compra com os povos de outras tribos. O desvio de comportamento às regras tchambuli ocorre quando jovens com dificuldades de assimilação do costume desenvolvem crises histéricas contra as mulheres, em virtude de forte apetite sexual.


O difusionismo foi a primeira corrente teórica que se contrapôs tanto ao Evolucionismo cultural quanto a sua ideia de conceber a cultura como uma história linear e etnocêntrica. Para os difusionistas a cultura é compreendida como um mosaico multicultural emergido pelas trocas culturais entre diferentes povos. Discordam de uma linearidade da história humana, bem como o conceito de sobevivências culturais da civilização ocidental que legaram às culturas indígenas o pejorativo de “bárbaros” ou povo em estágio de evolução primitivo.

O funcionalismo reconhecendo a funcionalidade da cultura, ora como sistema de elementos culturais, ora como um sistema integrado, assume uma perspectiva sincrônica repulsando desse modo, o evolucionismo clássico. Outra importante ruptura se dá na compreensão que o pesquisador tem sobre as noções de natureza e de cultura.

O particularismo na perspectiva diacrônica, se apoia no paradigma segundo o qual cada cultura tem uma história particular e por esse motivo não pode ser hierarquizada ou elencada por estágios evolutivos. O particularismo reforça a ideia de relativismo cultural, cada povo tem sua especificidade baseada na experiência do grupo que constrói seu próprio ethos. O reconhecimento da diversidade cultural é a base teórica e metodológica dessa corrente.

Escola francesa de sociologia e antropologia: Tem como principal representante Leslie White, preocupou-se em investigar a cultura universal em contraposição aos estudos de culturas em particular e descordando das análises a que chegaram Morgan e Tylor. Para White a cultura deve ser entendida a prtir de 4 traços fundamentais: o ideológico, o sociológico, o sentimental e tecnológico. Esse último seria determinante para que ocorresse a mudança social.


Diferença entre perspectivas diacrônica e sincrônica


Enquanto sincronia é uma perspectiva onde os acontecimentos e fatos acontecem ao mesmo tempo em diferentes espaços, a diacronia parte de uma perspectiva que considera o conjunto desses acontecimentos e fatos inerentes à sua evolução ao longo do tempo. A perspectiva diacrônica tem como paradigma principal a concepção de que cada cultura em particular tem uma história própria com traços culturais difusos em diversas direções. Esse particularismo histórico, segundo o antropólogo Franz Boas, seria indispensável ao culturalismo. Já a abordagem sincrônica – método proposto por Durkheim – parte de uma perspectiva que focaliza o fato social para explicar como se revelam as relações sociais. A corrente funcionalista parte de uma perspectiva sincrônica opondo-se, desse modo, à ideia de considerar de forma separada os conceitos de “natureza” e “cultura” como reivindicavam o evolucionismo e o difusionismo.

Apesar de diferentes abordagens, diacronia e sincronia não podem ser pensadas como forças contrárias que se gladiam entre si, constitui sim um esforço, uma tentativa de compreensão das relações de alteridade. No campo do debate antropológico, a proposta metodológica mais privilegiada entre as correntes teóricas, podem assim serem resumidas: sincrônica (difusionismo, funcionalismo, escola Francesa de Sociologia); diacrônica (particularismo, antropologia interpretativa, culturalismo).



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