ANÁLISES ANTROPOLÓGICAS DO FENÔMENO RELIGIOSO

 

Palavras-chave/  Descritores: antropologia; religiosidade; religião

    Numa perspectiva da antropologia, a estrutura religiosa é autônoma. Isso significa que essa estrutura não está condicionada à estrutura cultural de uma dada sociedade. Ao se institucionalizar, a experiência religiosa torna-se objeto da antropologia e de outras ciências passando a ser compreendida no contexto cultural como uma representação social. Essa abordagem exclui de entrada o aspecto sobrenatural que a experiência religiosa evoca. Pela ótica da cultura é possível investigar símbolos, escritos sagrados, tabus e uma série de elementos culturais que formam a arquitetura religiosa. Nesse sentido, os sistemas religiosos enfrentam muitos desafios em uma sociedade de contexto globalizado.


    Se por um lado a globalização confere visibilidade a várias culturas, o trânsito cultural possibilita o hibridismo religioso. Enquanto sistema presente na estrutura social, a religião é considerada uma cultura porque atua como um sistema simbólico preocupada com o significado da existência e o sentido da vida. Está empenhada em determinar padrões de comportamentos, criar normas. Autônoma, a religião pode atuar independente da estrutura cultural a qual pertença. Como sistema simbólico, elabora estilos, oferece uma identidade, cria papéis e valores, oferece uma roupagem. A religião apoia a ordem social, legitima poderes, mas também subverte a ordem, inova ao expressar os anseios dos marginalizados, influencia na arte, na política, apoia grupos, favorece a conformismos, a alienação, motiva a renovação, a revolução e libertação.


    No Brasil a religião cumpre papéis sociais, gera utopias, justifica a existência, garante a hegemonia dominante, favorece autonomia aos oprimidos. A estrutura da religião é composta de vários elementos: o mito, o binômio sagrado/profano, o antropológico. Para a antropologia, os deuses são criações humanas, reconhece três variantes:

a) concepção do divino;

b) configuração social;

c) grau de conhecimento científico.

    A religião é produto da experiência religiosa e da religiosidade na relação com o transcendente. Se caracteriza por uma estrutura simbólica que dá unidade e coesão pautada no pressuposto de ser única e depositária da verdade. Está composta de elementos doutrinários, mediadores, rituais, sagrado e profano. Distingue-se da experiência religiosa e da religiosidade. A experiência religiosa é uma relação com o mundo transcendental, enquanto a religiosidade é a manifestação da experiência religiosa e a religião é uma manifestação antropológica. O elemento Ritual é a ação que organiza as ações e sentimentos dos participantes de forma padronizada. Os ritos são os procedimentos esteriotipados manifestos em forma de objetos e palavras. Culto é a veneração a(os) deus(ses). Magia é entendida como primeira forma religiosa e pode ser dividida em analógica, contagiosa, simpática, branca e negra. No sincretismo se exerce a aliança com outras crenças e pode ocorrer por adição acomodação, mistura, concordismo, tradução, refutação.

    No tabu se tem o elemento negativo da religião. Tótem é um ser de onde descente o clã de um grupo. A cultura religiosa brasileira passa por processos de secularização desde 1979. Tempo sagrado serve para reatualizar os eventos passados.

Fonte 

 (http://ava.ead.ufal.br/mod/url/view.php?id=100152. Acesso em 20 de Fev. De 2017)

  

 


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