HISTÓRIA GERAL DAS RELIGIÕES

 

Palavras-chave/  Descritores: civilização; politeísmo; deuses 

            Apesar da polêmica que o termo pré-história suscita, o estudo da religião nesse período recorre a arqueologia, paleontologia e antropologia como uma possibilidade de se investigar o passado. A divisão cronológica da história nesse período segue um consenso acadêmico baseada nos primeiros eventos ocorridos no globo. As fontes mais antigas sobre a religião estão ligadas aos sepultamentos, pois sugerem pistas das primeiras práticas religiosas  como os rituais de sangue, a posição fetal dos corpos, oferendas deixadas nas urnas funerárias, objetos pessoais e ornamentações. As grutas onde viveram nossos ancestrais foram os templos do homem primitivo, os primeiros santuários e pinturas rupestres dessas cavernas comunicam o que os especialistas já desconfiavam. 

    Estatuetas femininas representando uma deusa-mãe são muitos comuns durante o neolítico. Com o desenvolvimento da agricultura o homem passa a desenvolver sua cultura. O homem sapiens surgiu na África e com isso, passou a desenvolver suas crenças e superstições de acordo com seu habitat. A manifestação dessa religiosidade chegou ao Brasil através do comércio de escravos. Assim, o Brasil recebeu ideias sobre o culto dos orixás vindo da África Ocidental, do ancestralismo religioso oriundo da África Oriental e muito das mitologias afros são inerentes da África do Sul. Porém, atualmente preponderam na África três religiões: religiões autóctones, o Cristianismo e o Islamismo. Entre os povos indígenas, sua religião ainda é pouco explorada. Alguns autores afirmam a existência de várias religiões e não apenas uma.

     A figura do pajé é central nessas religiões, pois o pajé ou xamã é o guardião do conhecimento ancestral, explica para a tribo como surgiu o homem através dos mitos, celebra ritos de passagem e sua cosmogonia também aguarda um salvador para os males que acometem seu povo. A relação da religião indígena com a vida social não é desvinculada, como ocorre no mundo ocidental, não existe uma diferenciação rígida entre sagrado e profano. Entre os povos pré-colombianos destaque-se os maias, astecas e incas. Para os Maias era comum a prática de sacrifícios humanos e de animais. Desenvolveram uma escrita sagrada: a hieroglífica, um calendário complexo, pirâmides e eram politeístas. 

    A principal divindade era um par cósmico: Itzamná e Ix Chel. Os astecas acreditavam em uma Terra Prometida e desenvolveram uma cosmologia e calendário bem elaborados. Praticavam sacrifícios humanos, adoravam várias divindades e contavam narrativas mitológicas sobre seu próprio povo. No campo religioso os Incas incorporaram antigas crenças, mas também inovaram ao criar uma religião para o império. Eram conhecedores da astrologia e sua principal divindade era Viracocha, seus deuses possuíam características antropomórficas. Na Oceania dois conceitos são centrais para o estudo da religião: tabu e mana. Ambos estão relacionados a influências divinas. Como a maioria dos deuses são seus ancestrais, acreditam poder se comunicar com estes ancestrais, no entanto o deus maior é inacessível, mantendo-se distante e só podendo ser conhecido através dos mitos. Creem em adivinhações, possessão, vida após a morte. Para os aborígenes da Austrália, a religião separa a realidade em dois mundos: um espiritual e outro terreno. 

    É costume a prática de ritos de iniciação e cultos secretos, o ritual fúnebre está investido em punir o mal, autor da morte, o assassino presumido. Já para os povos siberianos permanece a ideia de um deus supremo entre os deuses celestes e espíritos da terra, do mar, no entanto inexiste a formação de uma casta sacerdotal, não há templos, mas há a figura de um xamã nos relatos mitológicos e nos seus ritos. Os povos da Mesopotâmia como a civilização egípcia, cananeus, cretenses, gregos apresentam características comum quanto ao aspecto religioso. Os principais aspectos da religiosidade eram: o politeísmo, escrita sagrada, hierarquia religiosa, cosmogonias e mitos da criação, adivinhações, interpretações dos sonhos e crença na vida após a morte. 

    Os reis eram vistos como representantes dos deuses na Terra. Na China o culto original foi o Xamanismo. O rei era o soberano político, militar e religioso. Praticavam rituais, festas e sacrifícios. Suas divindades apresentam aspectos zoomórficas. No Taoísmo, a religião é composta por rituais, procissões, oferendas e cerimônias. O Confucionismo é uma espécie de código social com comportamentos rígidos e completos com base nos antigos costumes e visando a harmonia social. Segundo Confúcio, as virtudes nessa religião devem ser desejadas por todos. O Japão elabora um sistema religioso chamado Xintoísmo com base em crenças antigas. Não possuem livro sagrado, seus festivais religiosos são realizados de ano a ano e têm características agrícolas. 

    Na Índia se desenvolvera o Hinduismo, Budismo, Jainismo e Siquismo e Zoroastro desenvolverá o Zoroastrismo na Pérsia. Entre os povos Indo-europeu a casta sacerdotal gozará de muito poder e prestígio, inclusive exercendo importante papel ao mesclar diversas crenças da mistura de povos germânicos, celtas, bálticos, eslavos, etc. O contato entre diferentes credos possibilitou inovações religiosas, empréstimos, simbioses e eliminações. Para os germanos os “especialistas sagrados” era importante na mediação entre o mundo transcendental e o terreno, possuíam a concepção de lugar sagrado e desenvolveram uma cosmogonia sobre o fim do  mundo numa visão escatológica. No panteão celta suas divindades são identificadas com a fertilidade, possuem uma elite sacerdotal, os druidas, acreditavam na metempsicose. 

    Os romanos criaram uma religião sob influências de várias crenças dos povos conquistados. O culto era dividido entre público e privado. Atualmente as religiões romperam com as fronteiras geográficas e expandiram-se por todo o mundo, o sincretismo é percebido em muitos grupos religiosos, mas também há originalidade que os diferenciam.


Fonte

HISTÓRIA GERAL DAS RELIGIÕES (http://ava.ead.ufal.br/mod/url/view.php?id=100147. Acesso em 20 de Fev. De 2017)

 

 

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