9 ano Tolerância religiosa




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NO MEIO DOS CATÓLICOS E PROTESTANTES: O MURO DA VERGONHA

A senhora e seu gato nos olharam desconfiados e se apressaram a entrar em casa, passando pelas grades do portão e certificando-se de que haviam chaveado bem a porta. A tarde estava caindo e não era comum que estrangeiros andassem próximo aos muros àquela hora. Logo eles estariam fechados em nome da paz.

A senhora e seu gato protestantes não poderiam comprar o pão católico do outro lado do muro e o padeiro nunca poderia afagar o gato da vizinha que havia escolhido uma fé diferente da sua. A divisão havia ganhado o nome de Peace Wall, sendo apenas uma das muitas estruturas do gênero na cidade. Erguida com a intenção de preservar vidas, ela também não se importa em separá-las e já foi bastante associada ao muro de Berlim. Talvez, a principal diferença entre as duas construções seja que os muros de Belfast ainda existem. Não contentes em apenas separar, eles também são o veículo usado por militantes de ambos os lados para expressar suas visões políticas ou mesmo narrar fatos relacionados à história da Irlanda do Norte através da arte.

Depois do Titanic Museum, a principal atração de Belfast está na zona periférica da cidade. Minha guia, Lynn Corken, fez questão de me mostrar o que chama de “muro da vergonha.” O muro enorme grafitado e com mensagens políticas divide católicos e protestantes há 49 anos – o de Berlim durou 48 anos. No dia de minha visita a Belfast, 10 de abril deste ano, o acordo que pôs fim aos violentos conflitos entre católicos e protestantes completava 20 anos. Apesar do acordo, Belfast é ainda uma cidade dividida – 48% dos moradores são católicos, e 52%, protestantes. A prova disso está nessas barreiras que separam desde 1969 nacionalistas (maioria católica) e unionistas (maioria protestante), que defendem, além da ideologia religiosa, a separação ou não do Reino Unido. Hoje, informou Lynn, são mais de 47 muros na Irlanda do Norte.

Em Belfast, católicos e protestantes não se misturam em nada – empresas, bares, escolas, tudo é separado. Em Cupar Way, o muro tem portões monitorados e bloqueados a partir das 22h – depois desse
horário ninguém passa para o outro lado, nem mesmo os ônibus. Do lado católico do muro estão grafitados personagens como Nelson Mandela e Martin Luther King; do lado protestante, homenagens à rainha Elizabeth e à família real britânica. O governo norte-irlandês tem intenção de acabar com o muro até 2023, mas Lynn não acredita nisso.

Aqui no Brasil católicos e evangélicos cantam juntos: Todos juntos e misturados. A importância do diálogo inter-religioso. É claro que os avanços tecnológicos estão facilitando a comunicação e a troca de informações. Dessa forma, ela expõe, cada vez mais, as diferenças culturais mundo afora. Esse evento tem mostrado a necessidade de ações para promover uma interação pacífica entre os povos da sociedade moderna. Portanto, o estabelecimento do diálogo inter-religioso é de grande importância. Podendo contribuir para a promoção da paz, da justiça e do respeito aos direitos humanos. Afinal, ele é capaz de proporcionar a oportunidade de debates saudáveis visando à proteção do planeta, à paz e ao bem comum.

Os riscos da falta do diálogo inter-religioso

Mesmo no Brasil, onde a Constituição Federal garante o direito à liberdade de consciência e crença,
as pessoas ainda são vítimas de preconceito religioso. E essa intolerância religiosa se deve principalmente à falta de conhecimento sobre a crença do outro. Salientamos que esse diálogo não deve ser usado para tentar converter o outro a uma determinada religião. Além disso, ele não deve promover a divulgação de uma crença e nem servir de aproximação para formação de uma nova religião. O objetivo principal É importante que representantes de diversas religiões trabalhem em conjunto para promover o conhecimento mútuo. Dessa forma, ficará mais fácil alcançar o principal objetivo do diálogo inter-religioso, que é evitar conflitos compreendendo as diferenças e aceitando o outro como ele é.

Os benefícios

Ao conhecer melhor as outras religiões, as pessoas acabam percebendo que além das diferenças, existem semelhanças entre a maioria das crenças. Podemos citar como exemplo a fé em um Deus único e o incentivo à prática do bem que são pregados por diversas religiões. Um contato amistoso entre os praticantes das várias correntes religiosas pode evitar e até solucionar conflitos, minimizando vários problemas comuns na sociedade atual. Afinal, a união em prol do que for melhor para a humanidade e para o planeta pode significar a nossa sobrevivência na Terra.

Como promover o diálogo inter-religioso

A aceitação e o reconhecimento do valor da diversidade religiosa são desafios a serem superados para a concretização desse diálogo. Para que isso ocorra, é preciso que os interlocutores tenham consciência dos seus limites e sua vulnerabilidade como seres humanos. Dessa forma, ficará mais fácil nos abrirmos para ouvir e entender ideias diferentes das nossas. Essa atitude pode nos enriquecer como seres humanos, além de complementar o nosso entendimento sobre o divino que há em nós. Enfim, como diz o ditado popular: é conversando que a gente se entende! Sendo assim, cada um de nós deve incentivar todas as formas de diálogo, inclusive, o inter-religioso. Para isso, é preciso vivenciar esse costume em nossas comunidades e trabalhar para divulgá-lo em toda a sociedade.


ATVIDADE DE ENSINO RELIGIOSO
1. De que maneira os avanços tecnológicos podem facilitar a comunicação e a troca de 
informações entre as religiões para uma cultura de paz? 
2. Aponte a importância do diálogo interreligioso? 
3. Qual a principal causa de intolerância no Brasil? 
4. Além das diferenças dê exemplos de semelhanças entre as religiões que podem amenizar 
os conflitos religiosos. 
5. Explique o significado do ditado popular: é conversando que a gente se entende!


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