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Quadro da educação da rede pública municipal de Alagoas / PME 2015-2025

Como se sabe, uma sociedade igual, isto é, sem desigualdades sociais, depende em grande medida aos investimentos e atenção que se dá a educação no campo da política social, sobretudo em países em desenvolvimento. Por meio da política social reduz-se drasticamente as desigualdades de modo que não será social nenhuma política que não reverter os quadros de evasão, repetência e principalmente a acessibilidade ao conhecimento básico fundamental. Em Maceió, esses números podem ser conferidos no Plano Municipal de Educação. Desconcentração de renda e poder historicamente consolidada pelo capitalismo industrial burguês só pode se emancipar concretamente entre as classes subalternizadas por meio do acesso à educação. Diferente do sistema econômico feudal, onde a mobilidade social não era uma condição possível, a exemplo do sistema de castas indiano, abolido recentemente, ou mais remotamente nas cidades mesopotâmicas da antiguidade. “ Uma das estratégias mais efetivas é educação, sobret

INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

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O processo de institucionalização das Ciências sociais no Brasil remota a uma trajetória de muitos calços e percalços na luta pela sua consolidação como campo teórico disciplinar. Seu impulso inicial está associado a dois padrões institucionais: a organização universitária e a concessão de políticas de iniciação à pesquisa desvinculada do ensino superior. A estas investidas há de se considerar o importante trabalho de autores pioneiros que não mediram esforços na produção de vasto material bibliográfico sobre as Ciências sociais no país e o surgimento de importantes revistas. Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco foram importantes polos difusores de empreendimentos favoráveis ao desenvolvimento das Ciências sociais no Brasil, sobretudo a partir da década de 1930 quando se percebe uma abertura de setores específicos como os grupos científicos e as publicações de revistas acadêmicas. Para Micelli (1987), o caminho da institucionalização das ciências so

As funções da escola

A escola pode estar a serviço de interesses de uma minoria quando reproduz os valores de uma classe dominante em detrimento da maioria da população, impedindo com isso, que as mudanças sociais aconteçam para todos, pois seu papel está reduzido genericamente a servir às elites no poder, as demandas de mercados nas sociedades capitalistas pré-industriais estabelecendo uma relação social de produção. Nessa perspectiva dos mercados a escola desempenha uma função de garantidora da ordem econômica (MELO, 2015). Com a universalização da instituição escola e consequentemente do ensino, a educação escolar desempenhou importante papel difusor das relações capitalistas de produção. A expansão dessas relações objetivava homogeneizar os novos valores impostos pela ordem social e econômica. 1 No contexto latino-americano o ideal de educação transplantado se distanciava da paideia dos gregos, estando mais próximo das ideias iluministas e positivistas voltados para um projeto civilizatório de co

Mito do Fim do mundo

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A ideia de que o mundo tem um fim é antiga, antiguíssima. As cosmo gonias de vários povos já contemplavam grande parte dos mitos de criação e de destruição. O mundo moderno, apesar de ter destruído grande parte dos mitos e ressignificados outros, não aboliu a ideia de um fim para a humanidade (ELIADE, 1972). É importante observar que o mito do fim do mundo desenvolveu uma função importante para as pessoas, pois possibilitou uma compreensão de que a sociedade não é estática, mas ao contrário, está em pleno desenvolvimento. Essa movência, presente no pensamento mítico religioso, permitiu estabelecer uma relação entre o passado mitológico e um futuro encantado, fabuloso, cujo enredo localiza-se no pensamento mítico do eterno retorno: início-fim-renascimento. Mas, esse pensamento também está ancorado na ideia de um mundo ideal e salvífico que contrasta frontalmente com a realidade. Sendo a organização social uma realidade que exclui e oprime grande parte da população em diferent

Greve 2015 dos Professores estaduais de Alagoas

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DIA 23 de Setembro: ASSEMBLÉIA GERAL Local:Espaço Cultural Profª Jarede Viana (Sede/Sindicato) horário:9:00 hs PAUTA : Informes gerais Retorno da audiência com o secretário de estado da Educação PEE (Plano Estadual de Educação) DIA 22  de Setembro: ATO PÚBLICO Local:Em frente a Secretaria de Planejamento e Gestão - SEPLAG  (R. Barão de Penedo, Centro) horário:9:00 hs "o Executivo estadual  descumpre   o acordo " reajuste aplicado de forma diferenciada entre magistério e demais profissionais da educação  "o gestor recuou e não cumpriu a palavra" .  "O governo concordou, aceitou, mas, no texto sancionado e publicado no Diário Oficial do Estado,  foi feita a separação " Apesar de aplicar o mesmo percentual de reajuste para todas/os as/os profissionais da educação, que ficou em 7% (sete por cento) no total, o governo parcelou de forma diferente, trazendo reais prejuízos às/aos funcionárias/os. Confira: Disponível em  http:

Formação do Estado brasileiro na República

Ao tentar revisitar o debate sobre a formação do Estado brasileiro, é preciso considerar que as teorias políticas ao precederem as atuais abordagens, são responsáveis por cunharem uma historiografia em que as principais causas e características estão fortemente relacionadas com o julgo português. Desta maneira, muitos conceitos definidos por Weber são retomados, como por exemplo, o patrimonialismo e a burocracia.  Para Rocha (2005), os discursos que sempre tentaram explicar o atraso do Brasil frente as grandes potências mundiais, sempre estiveram ligados às ideias de herança portuguesa, ao escravagismo da monarquia e até ao fenômeno da miscigenação entre os povos africanos, europeus e indígenas. No entanto, por meio da análise weberiana se percebe que no Brasil algumas características oferecem outras variáveis interpretativas para o estado de ressonância e inércia social do país. Uma delas é o patrimonialismo, entendido como exercício legítimo do poder, mas que apresenta dificuld

Ética e política

A fundamentação  teórica entre Ética  e Política e a relação entre os dois conceitos Para o mundo grego, a preocupação entre bom e mau governo, entre a virtude e o abuso de poder, levaram os pensadores gregos a desenvolverem e fundamentarem os conceitos de ética e política. Entretanto, na Grécia antiga não existia uma moral universal, mas diversas escolas filosóficas que defendiam cada uma determinada moral em vez de outras. Apesar das questões referentes as ideias sobre a ética e a política remeterem à primazia dos pensadores da Grécia antiga, Norberto Bobbio (1992) estrutura suas teorias a partir da filosofia política moderna, isto é, a partir da formação do Estado moderno e sob influência do pensamento maquiavélico. Na mesma linha de pensamento de Maquiavel, Bobbio afirma existir uma dicotomia entre ética e política da mesma maneira que existe entre Estado e Igreja. Aliás, sempre existiu, por parte da Igreja, tentativas de moralizar a atividade política daqueles que exer

Instituições políticas brasileiras: o pensamento de Oliveira Vianna e Raymundo Faoro

Se revisitarmos, por exemplo, algumas ideias recebidas como a de Oliveira Vianna, defensor de uma tradição privatista, a análise sociológica que o autor faz da sociedade e da política brasileira é o de que a adoção de políticas que não contemple a realidade brasileira pode culminar numa espécie de idealismo utópico. Seria um erro desconsiderar o modo de vida, as necessidades e o aspecto cultural de um determinado povo por ocasião da implantação de uma política com bases em padrões estrangeiros. Segundo Oliveira Vianna é necessário entender o Estado a partir daquilo que o origina: o povo. Numa linha de pensamento que se apoia na tradição estatista, Raimundo Faoro ressalta a relação de subordinação existente ente a sociedade e o Estado. O Estado oprime a sociedade. A política estatal que deveria garantir as liberdades individuais e coletivas, oprime a sociedade quando esta se rebela diante de uma situação de injustiça. Segundo Faoro, existe um ranço político no modo de resolução dos p

Importância do voto para criação de uma sociedade mais livre e igualitária

Para Seng(1992) e Young (1990) (apud. SILVA JÚNIOR, 2014. p.08), a reconfiguração das teorias sobre liberdade e igualdade pelos modernos contribuem na estruturação de uma sociedade mais livre e igualitária. Mesmo considerando que “construir uma sociedade onde todos sejam livres e iguais é sem dúvida um dos maiores projetos inacabado da humanidade. Não é difícil perceber o quanto estamos longe da realização desse ideal” (SILVA JÚNIOR, 2014.p. 6). Desse modo, embora liberdade e igualdade sejam contempladas pela doutrina do jusnaturalismo, segundo o axioma de que todos os homens são iguais perante a lei, há grandes e contraditórios conflitos de interesse sobre o dimensionamento da liberdade e igualdade da vida em sociedade. Em geral esses conceitos são absorvidos sobre a ideia da esfera privada, isto é, dos interesses pessoais, no sentido oposto à natureza pública ou coletiva 1 . Na concepção dos gregos, só era possível assegurar igualdade e liberdade, por meio da participação na póli

Shumpeter, Downs e Dahl: importância do cidadão para a democracia pluralista

A democracia pluralista é um modelo que reconhece no cidadão um importante papel na definição da política pública, pois para essa corrente de pensamento, através do pleito eleitoral os cidadãos têm o poder de tomar decisões que lhes são mais favoráveis e traduzam suas reais necessidades. No entanto, reconhece que esta participação não é direta, isto é, não cabe ao cidadão deliberar sobre as decisões políticas, pois ao escolher por meio do voto aqueles que os representarão, o eleitor atua como mero coadjuvante das plataformas políticas. Para compreendermos melhor, vejamos os principais argumentos levantados por três pensadores dessa corrente. Como observa Joseph Schumpeter, existem praticamente dois grupos que disputam o poder, os grupos políticos e os eleitores propriamente dito. Para o autor, o objetivo do eleitorado nessa disputa política, resume-se em definir qual grupo político subirá no poder para governar e decidir as demandas, ou seja, maximizar soluções para os problemas qu