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A ilusão totêmica

I Capítulo: A ilusão totêmica O livro intitulado "Totemismo ontem e hoje", é uma tradução do texto original publicado em 1962 em francês: Le Totemisme Aujord'huide, de Caude Levi-Strauss. Trata-se de um ensaio dividido em cinco capítulos que será posteriormente complementado com uma segunda obra (uma monografia) denominada de Pensamento selvagem. Em a ilusão totêmica, Levi-Strauss trata de fazer uma descrição clara da histeria relacionando-a com o estudo sobre o totemismo. Comparando o totemismo da antropologia vitoriana com a histeria, percebe que a histeria foi criada com o objetivo de dividir uma classe de pessoas lúcitas de outras consideradas loucas ou insanas. Na busca de fortalecer essa divisão, o grupo de indivíduos que faziam uso do totemismo eram agrupadas como aqueles que eram ignorantes em lógica e também não conseguiam fazer distinção entre fenômenos, puramente naturais, produto da cultura material do homem (KUPER, 2008). Rocha (2006) concorda

Indústria cultural segundo Adorno e Horkheimer

            A origem do conceito Indústria cultural não era bem-visto por Adorno e Horkheimer, pois o termo surge no contexto de produção de bens culturais a serviço do nazismo. A crítica formulada também se detém em grande parte, ao trabalho “A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica” , de Walter Benjamim, em 1936. 1 Tanto Adorno quanto Horkheimer diverg iram com a ideia de que o cinema e o rádio integram o mundo das manifestações artísticas, como alegava Walter Benjamim . Para eles, esses veículos de comunicação, são produtos da indústria cultural globalizada e como tal, estão a serviço de um mecanismo de exploração dos bens culturais. Os autores além de rejeitarem o conceito veiculado sobre indústria cultural, desenvolveram pesquisas nesse campo, a ponto de se tornarem referência. 2 Adorno e Horkheimer, na obra intitulada “Dialética do esclarecimento” de 1947, criticam o processo de racionalização do Ocidente e o modo de produção em série, pelo fato desse tipo de pr

Teoria sociológica clássica e microssociologia

Problematize as aproximações e distanciamentos entre a teoria sociológica clássica e a microssociologia desenvolvida pelos interacionistas simbólicos.   O surgimento de uma teoria sociológica clássica está ligado ao surgimento da própria sociologia como campo diferenciado de outros saberes e seu início remota ao século XIX, cujas correntes de pensamento sempre esteve ligada a sociologia clássica de Tonnies, Durkheim, Weber, Marx e a Escola de Chicago. (ORTIZ, 2013). A teoria sociológica clássica, no campo das discussões sobre o indivíduo e sociedade, está situada em grande medida, graças a os trabalhos desenvolvidos por Emilie Durkheim e Max Weber. Apesar de Tratar-se de teorias e metodologias diferentes, esses dois clássicos da sociologia inauguram o pensamento crítico, de cunho sociológico, rompendo fortemente de como se pensava a sociedade e os problemas sociais do século XVII ao XVIII: “ O pensamento e as ações nada mais eram do que pr

o que é função manifesta e função latente segundo Robert Merton?

A premissa inicial da sociologia de Merton é de que numa sociedade a existência de elementos culturais e práticas sociais desenvolvem um papel decisivo na vida das pessoas. No entanto, observa que mesmo reconhecendo a importância dos costumes e sentimentos como função, ela não é igual para todos os grupos, ou seja, a função não é unilateral. Merton focalizou sua análise sobre a vida social em direção as funções desempenhadas pelas instituições, partindo do conceito de função latente e função manifesta. A função manifesta, como o próprio nome sugere, é aquela função que salta aos olhos, é perceptível a quem observa, aberta, declarada e consciente. Inicialmente foi utilizada para explicar as relações de consumo, mas sua aplicação pode ser estendida a outros aspectos da vida social. Refere-se as consequências reconhecidas e pretendidas. Já as funções latentes não são intencionais, mas inconscientes, ocultando interesses que não são manifestos com clareza. A questão do desempre

Interacionismo simbólico

Existem inúmeras situações da vida social que podem ser enfocadas sob diferentes abordagens do pensamento sociológico clássico. Quando as interações sociais são analisadas por meio de dois ou mais indivíduos, têm-se uma vertente desenvolvida sob uma perspectiva de Georg Simmel. Quando porém, a ênfase recai nas relações sociais, têm-se uma orientação construída na perspectiva de Karl Marx. Mas, tanto Marx quanto Simmel concordavam que a vida social formavam um conjunto amplo e variado dos processos interativos – a interação é pensada como o motor da vida social ( BITTENCOURT, 2014). Se, pois, analisarmos o isolamento que configura muitos grupos sociais marcados pelas diferenças biológicas, verifica-se que alguns mecanismos sociais reforçam e até legitimam o isolamento estrutural desses grupos. Assim, se tem o isolamento de grupos humanos marcados pela insígnia de características fenótipas como a cor da pele, olhos, cabelo, o gênero, tamanho, idade, etc. Numa perspectiva do interac

Conceitos de Erving Goffman

Essa discussão teórica procura descrever a ação dos atores participantes da instituição social Igreja, em consonância com os conceitos definidos pela microssociologia de Erving Goffman. Entre os conceitos desenvolvidos por Golffman, o de Performance é um dos considerados fundamentais para a compreensão do funcionamento desta instituição social e de como se efetiva a situação de interação entre os vários sujeitos. Na análise goffmaniana, a sociedade é metaforicamente semelhante a um teatro, onde os atores sociais desempenharão vários papéis e farão trocas, resultando na interação com diferentes indivíduos. Goffman orienta que é possível refletir a ação de uma determinada instituição social (neste exemplo, a Igreja) a partir da noção de fachada social. Para Goffman, a fachada (apartamento, templo, estádio, etc.) é um equipamento expressivo, de uso consciente ou não, que carrega um tipo de padronização característico e peculiar. Através da fachada é possível identificar as repres

resenha crítica sobre o texto de Antônio Luiz Paixão a respeito da Teoria de Tallcot Parsons.

Referência bibliográfica [ PAIXÃO, Antônio L. A teoria geral da ação e a arte da controvérsia. Disponível em http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_11/rbcs11_03.htm . Acesso em 04 de Nov. de 2014] O autor do artigo sobre a teoria da ação de Talcott Parsons é Antônio Luís Paixão, professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. O artigo está dividido em duas partes principais, onde inicialmente o autor se preocupa em descrever os pressupostos e conceitos que transformaram a teoria geral da ação num cenário de disputas e divergências, constituindo, assim, em vasto debate teórico . O autor analisa a perspectiva parsoniana com base em três temas paradigmáticos: a) ordem social; b) sistema geral da ação e c) meios simbólicos de intercâmbio. Na segunda parte do trabalho, o autor se debruça nos diálogos entre Parsons e a crítica do estrutural-funcionalismo e dos marxistas à sua teoria da escolha racional

Antropologia Interpretativa

Antropologia Interpretativa A partir da década de 1960, o antropólogo Clifford Geertz, desenvolveu a teoria da Antropologia Interpretativa por meio da problematização dos estudos antropológicos. Sua teoria buscava compreender a cultura de povos “nativos” numa visão de dentro, isto é, fora do olhar colonizador (olhar marcado pela diferenciação e pela superioridade étnica). Essa ideia foi central para se discutir a política e o papel ideológico da Antropologia, que escrevia a História da diversidade cultural dos povos (PAULA-XAVIER, 2009). Graças a Antropologia Interpretativa de Geertz, que inteirava a observação participante e a interpretação do antropólogo, os estudos etnográficos ganharam fundamental importância, principalmente no que concerne aquilo que os antropólogos denominam de descrição densa. E nesse aspecto, reside uma importante contribuição para o estranhamento da autoridade etnográfica no campo teórico (VERSIANI, 2005). Foi o responsável pela redefinição da a

O que é metodologia antropológica?

Como observa Paula Xavier (2009), foi no interior do campo teórico das Ciências Sociais, que a antropologia desenvolveu seu status de Ciência, definiu seu objeto de estudo, suas metodologias e técnicas de estudo. Segundo o autor, a metodologia antropológica possibilitou o que ele chama de "extraordinária" abertura para as pesquisas posteriores através de denso aparato conceitual, cujo principal representante ( considerado o "pai da Antropologia francesa"), foi Marcel Mauss. Metodologia antropológica, nesse sentido, envolve estudos etnológicos, a etnografia, o relativismo cultural, entre tantos outros. Sua abordagem dentro das Ciências Sociais, ocupa -se com a antropologia evolucionista, o culturalismo a antropologia social e a escola sociológica francesa. A Antropologia é uma Ciência que estuda diferentes aspectos da vida humana, nesse sentido, é antropológico os costumes de um povo,seus hábitos, as crenças, ritos, mitos, folclore. Etimologicamente, a pal

Antropologia e desenvolvimento

Como observa Paula Xavier (2009), foi no interior do campo teórico das Ciências Sociais, que a antropologia desenvolveu seu status de Ciência, definiu seu objeto de estudo, suas metodologias e técnicas de estudo. Segundo o autor, a metodologia antropológica possibilitou o que ele chama de "extraordinária" abertura para as pesquisas posteriores através de denso aparato conceitual, cujo principal representante ( considerado o "pai da Antropologia francesa"), foi Marcel Mauss. Metodologia antropológica, nesse sentido, envolve estudos etnológicos, a etnografia, o relativismo cultural, entre tantos outros. Sua abordagem dentro das Ciências Sociais, ocupa -se com a antropologia evolucionista, o culturalismo a antropologia social e a escola sociológica francesa. A Antropologia é uma Ciência que estuda diferentes aspectos da vida humana, nesse sentido, é antropológico os costumes de um povo,seus hábitos, as crenças, ritos, mitos, folclore. Etimologicamente, a pal