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Ressurreição, reencarnação, ancestralidade e o nada

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As civilizações ao longo de sua história elaboraram quatro diferentes concepções fundamentais para a compreensão do que possa acontecer com a alma depois da morte. São elas a reencarnação, a ancestralidade, a ressurreição e o Nada. Inicialmente parte-se  da premissa  de que o corpo material é um composto habitável por um ser incorpóreo denominado de alma (espírito ou adjacente). Desse modo, supõem-se que o corpo humano (com forma, peso, tamanho, cor) seja animado por um princípio vital (sem forma, sem peso, sem tamanho, sem cor). Vejamos cada uma dessas concepções em particular: REECARNAÇÃO: nascer-morrer-renascer A concepção reencarnacionista foi defendida por filósofos, historiadores, religiões como a do Egito Antigo, o Hinduísmo, Budismo, Jainismo, Sikhismo, Taoismo, religiosidade indígena, Vodu, Cabala judaica, Rosacrucianismo, Espiritismo e inclusive o Cristianismo esotérico. Há indícios da crença na reencarnação desde a Pré-história onde achados arqueológicos enco

Templos de Maceió

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Em Maceió também temos templos monumentais e suntuosos, seminário, catedral, mas fez-se um recorte de uma igreja pentecostal situada nas  comunidades, por integrar uma experiência religiosa de ruptura entre as vivências do espaço sagrado que se opõe a manifestação do espaço não-sagrado. Em geral, essas comunidades são desprovidas de recursos e não tem acesso a cultura de elite. Nesses locais, o tempo e o espaço profanos imperam. A situação vivida é de precariedade, o contexto é de grande violência (Maceió é considerada a cidade mais violenta do país e a 5ª mais violenta do mundo), drogas e outros índices negativos que já “naturalizaram” o cotidiano das pessoas. Convivendo com a pior expectativa de vida do Brasil, as pessoas acabam buscando no Transcendente a solução para a tragédia social e o próprio equilíbrio emocional. A dicotomia espaço sagrado versus espaço profano, habita o imaginário humano desde tempos remotos e se mantém presente na atualidade. Isso pode ser percebido

Plano de Metas de JK: 50 em 5

O plano de metas de JK contemplava o desenvolvimento de vários setores da economia brasileira, entre eles o setor de Transportes. Com o slogan: cinquenta  anos em cinco, prometia um desenvolvimento do país por meio da aceleração da economia a partir de investimentos na indústria de base e da infraestrutura nacional o setor de transportes foi onde houve maior investimento de capital (reativamento das estradas de ferro, estradas de rodagem, portos, barragens, marinha mercante, aviação). Marcado por um período de grande otimismo social, a indústria automobilística foi a que mais se destacou e tembém a que mais imbutiu orgulho nos brasileiros (salvo a meta da construção de Brasília). Ao lado do setor energético o investimento no setor de transporte está entre os maiores investimentos destinados pelo plano de metas, talvez pelo fato do carro estar associado à status, poder e prestígio naquele contexto social. Observe o quadro demonstrativo das décadas de 1957 a 1961. Valores relativos em b

A Revolução de 30

Desde a década de 1920 uma forte ebulição de cunho político, econômico e social assolava a sociedade brasileira. A estrutra polítca do modelo oligárquico não se sustentava mais com a ascensão social das camadas médias e a questão das reações sociais deixavam de ser vista como caso de polícia. A questão econômica caracterizava-se pelo impulso dado à industrialização, já no âmbito social percebe-se o caráter nacionalista, o protecionismo e intervenção do Estado.Os anos eram de intensas rebeliões e contestações, no entanto eram igualmente favoráveis para o surgimento de movimentos revolucionários. Um desse movimentos que expressavam a indignação contra o domínio das oligarquias foi o movimento tenentista (19222-1927) que ficou caracterizado pela rebeldia dos militares contra a República. Como se sabe, os militares desde a Proclamação da República, sempre mostraram interesse em participar da política brasileira. Por outro lado, o tenentismo também expressou uma reação do estado de mal-
Principais  responsáveis  pelo  golpe  da Proclamação da República de 15 de novembro de 1889 segundo Emília Viotti da Costa (1999) A transição do regime político ocorreu através de um golpe político que favorecia as forças sociais insurgentes: classe média urbana, as oligarquias cafeeira do Oeste Paulista e os militares (especificamente o exército). A articulação do poder pelas elites dominantes em momentos de crise política, tem sido um marco histórico no panorama da política brasileira. Segundo Emília Viotti da Costa, a abolição da escravidão Brasileira não foi a causa da transição do sistema colonial que culminou no surgimento da República. A ruptura com as estruturas institucionais deveram-se às mudanças estruturais que atingiram vários setores da economia. Um dos setores mais descontentes com a política do governo colonial eram os militares (os militares estavam tão interessados em apoiar a República que se negavam fazerem buscas de escravos fugitivos). Mas Viotti pondera qu

MST

Um dos movimentos sociais de maior notabilidade no cenário nacional da atualidade é o Movimento dos Trabalhadores Rurais e Sem Terras (MST). A maioria dos protestos e conflitos que envolvem esse movimento circula em torno da propriedade privada e o direito de uso sustentável da terra. Entre as reivindicações mais prementes destaca-se a cobrança por reforma agrária no país. Acusam o governo de manobrar políticas à favor dos latifúndios, empresas nacionais, transnacionais   e multinacionais além de bancos que exploram a mão-de-obra do campo. Segundo o MST existem atualmente no movimento cerca e 150 mil famílias debaixo de lonas pretas por não terem onde morar, quando o Estado brasileiro assentou no último ano apenas 7 mil. Os conflitos entre trabalhadores rurais e forças militares são eminentes. Mas o movimento está para além da posse pela terra, principalmente quando reacendem as discussões sobre classe social e políticas públicas ou sobre transformações importantes no cenário político

Movimentos sociais de Contestação

A  Guerra de Canudos  ocorreu entre os anos de  1896 e 1897 no sertão da Bahia. Seu líder messiânico fo i o beato  Antônio Conselheiro,  que estabeleceu uma comunidade em Canudos. Seu intuito era governá-la e torna-lá auto-sustentável. Movimento do Contestado A chamada Guerra do Contestado foi uma violenta guerra camponesa, ocorrida entre 1912 e 1916, nas fronteiras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina - onde as ervas nativas do mate foram disputados pelos sertanejos que viviam de sua extração e eram explorados pelos "coronéis" da região.  Revolta da Vacina Conhecida como a maior convulsão social da cidade do Rio de Janeiro, durante a campanha de vacinação contra a varíola (1904). Assim, por trás da reforma urbana promovida então pelo prefeito Pereira Passos, é possível ver claramente o processo de especulação imobiliária e

O que foi a lei Feijó?

 “uma lei para inglês ver”  Porque o Governo Regencial sancionou uma lei sobre pressão internacional. O contexto social era de grandes insurreições, pois além de enfrentar a pressão britânica, movimentos populares, restauradores exaltados, atentados e fugas de escravos a lei Feijó e outros acordos anteriormente assinados, na prática não coibiam as ações de tráfico de escravos e sua abrangência. A economia da colônia dependia em grande medida da exploração da mão-de-obra escrava, por isso mesmo retardava o quanto possível para que a abolição se consumasse, mas como essa situação inquietava o Governo Regencial promulgou em 07 de novembro de 1831 o tráfico de escravos. Ou seja, era para inglês vê. Inglaterra- a grande interessada O grande interessado nesse acordo realmente era a Inglaterra que queria o fim da escravidão para satisfazer as novas demandas de um sistema que integrasse a mão-de-obra assalariada. Alguns historiadores defendem que a pressão inglesa desejava anciosa

Quilombos no Brasil

Os quilombos no Brasil durante o regime escravista, seu significado histórico e seu significado atual. Verifica-se a existência de organizações quilombolas no Brasil, nos Estados de Mato Grosso, Maranhão, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazônia, Rio Grande do Sul, ao todo um montante de 136 quilombos. Esses quilombos caracterizam-se como centro de resistência, originalmente criados por negros fugidos das senzalas e do trabalho nos engenhos. O quilombo mais conhecido do período colonial foi o Quilombo dos Palmares – símbolo de resistência das guerras do açúcar. Seu principal representante foi Zumbi. O quilombo não pode ser compreendido como uma organização que buscava o isolamento. Na maioria dos quilombos observa-se a existência de complexas relações sociais, políticas e econômicas que dividia a sociedade em dois mundos completamente distintos: a sociedade quilombola e a sociedade senhorial e latifundiária. Na sociedade quilombola as atividades produtivas in

O que é liberalismo?

Existe um debate eloquente em torno do liberalismo e sua natureza, podendo o mesmo ser entendido como liberalismo clássico ou liberalismo moderno, outros defendem a existência de uma única doutrina e algumas correntes de pensamento liberal defendem a existência de várias escolas. Segundo Andrew Vicent, existe apenas duas correntes: o liberalismo clássico (que dar forte ênfase ao individualismo) e outro denominado sócio-liberalismo (ou simplesmente liberalismo moderno), cuja ênfase circula no individualismo social.  Atualmente fala-se de neoliberalismo entendido como doutrina econômica que defende a liberdade, mas não se trata de uma liberdade  que alforria o homem, mas de uma liberdade restrita ao plano econômico, sem as intervenções do liberalismo ético-político. Mas tanto em uma corrente quanto em outra, o ponto central das discussões repousa sobre o indivíduo e da concepção individualista da sociedade. É possível traçar paralelos entre as diferentes correntes liberais, bem como