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Sobre o vídeo “O papel do Brasil na escravização e o engodo da democracia racial”: https://www.youtube.com/watch?v=RbRhuJ1wEy8

 Freire negando-se a pensar a mestiçagem como um mal, mas não só, rompendo com o evolucionismo cultural, escreve o quanto foi fecundo o cruzamento entre os povos. Mesmo não dando visibilidade aos estupros e as desigualdades [que Freire estava ciente], entre senhores e escravos, prefere a nostalgia de uma América Portuguesa que não existe mais. O foco na miscibilidade permitiu a Freire exaltar os portugueses enquanto colonizadores. Seu pensamento filia-se, desse modo, à ideologia de um país colapsado pelos engenhos. Por isso mesmo será muito criticado como "luso-tropicalista" e "justificador do imperialismo português" (FREITAS, 2000).  Se por um lado o antagonismo harmônico de Freire, em sua obra CasaGrande & Senzala (1933), empenhou-se  em compreender a formação cultural brasileira com base na origem dos povos  africanos, europeus e indígenas, resultando em fragilidades e incongruências ressaltadas pela crítica literária, pois " Assentou as bases de

Antropologia Interpretativa

S egundo Cardoso de Oliveira(2006), a Antropologia interpretativa é um paradigma vinculado à tradição intelectualista europeia continental. Para ele, trata-se de uma tentativa bem articulada, embora tardia, que buscava recuperar a perspectiva filosófica do séc. XIX. A Antropologia Interpretativa pode ser compreendido como uma reação contra o pensamento Iluminista: pensamento centrado na razão, quase um dogma aos que absolutizam o antropocentrismo intelectualista. Por esse motivo é que se popularizou o uso da expressão pós-modernidade, um indicativo de que a chamada modernidade, havia chegado ao fim. O autor comparando o paradigma hermenêutico da Antropologia Interpretativa com outros paradigmas(racionalista e estruturalista, culturalista e estrutural-funcionalista), observa o crescimento e rejuvenescimento da Antropologia. A perspectiva hermenêutica trouxe novos elementos que se instalaram dentro da Antropologia. Não veio para erradicar os paradigmas tradicionais, mas para ser mai

Estruturalismo Francês características

 Vasconcelos (2005), identifica o estruturalismo como um conjunto de princípios identificáveis em diversas áreas: “na Linguística, com Sausurre; na Antropologia, com Lévi-Strauss; na Psicologia, com Piaget e Lacan; na Filosofia com Althusser” (p. 96). Para o autor, o estruturalismo é mais do que uma corrente de pensamento teórica e bem estruturada, mas antes um conjunto difuso  de posicionamentos que caminha por diferentes perspectivas. Na França dos anos 60 desabrochou uma nova linha de estruturalismo em oposição ao humanismo e historicismo existencialista. Também chamado de Estruturalismo Francês ou pós-estruturalismo, na prática, o pós-estruturalismo, foi uma tentativa de superação do estruturalismo clássico francês.  Uma das características do pós-estruturalismo, assinalada por Vasconcelos (2005), diz respeito à rejeição de grandes modelos explicativos, uma tendência de questionar a objetividade da historiografia e uma visível tentativa de recuperar (ou não), o que ele chama

Semelhanças e diferenças entre o Estrutural-Funcionalismo Britânico e a Antropologia Dinâmica

funcionalismo estrutural:  O funcionalismo estrutural caracteriza-se, inicialmente, pela oposição ao evolucionismo cultural, "formulado em um período de contestação às teorias evolucionistas, o funcionalismo estrutural de Radcliffe-Brown proporcionou uma junção entre a antropologia britânica e a sociologia durkheimiana" (FELDMAN-BIANCO, 1987:17). Radcliffe-Brown é considerado um dos fundadores do funcionalismo-estrutural que, juntamente com Malinowsk, desenvolveram enfoques pautados nas análises do status quo social. Para Radcliffe-Brown as análises deviam se ocupar com eventos sociais que eram recorrentes, ou seja, percebeu-se que em determinadas circunstâncias alguns eventos ocorriam e voltavam a ocorrer, em detrimento de outros eventos menos recorrentes e que por esse motivo, não se devia ocupar com eventos atípicos, isolados, que não constituíam a regra, para um estruturalista a ênfase está na morfologia social (loc. cit.).  Tanto a Antropologia Social Britânica, q

Diferenças da colonização espanhola e portuguesa e suas consequências para a formação psicológica do brasileiro de acordo com Hollanda.

 Segundo Sérgio Buarque de Holanda no capítulo Fronteiras da Europa, o processo de colonização foi um acontecimento dominante que trouxe para a colônia muitas consequências. No tocante a exploração latifundiária, por exemplo, o português que buscava a todo custo o enriquecimento às custas do trabalho escravo nas lavouras de cana-de-açúcar, é responsável por inaugurar um modelo de organização agrária que se assenta sobre a propriedade de grandes extensões de terras improdutivas. Enquanto que a colônia de exploração portuguesa, caracterizada pelo comércio, é a responsável por inserir no Brasil uma exploração da terra baseada no latifúndio nas quais eram produzidos bens necessários ao mercado europeu, o modelo de exploração espanhola, tinha a intenção de estender suas conquistas sobre as novas terras, como um prolongamento orgânico de sua pátria. Segundo Sérgio Buarque, a colonização espanhola caracterizou-se por assegurar na colônia seu predomínio militarista e político-econômico atravé

Fenômeno social

Durante muitos séculos o processo de desenvolvimento das sociedades prevaleceu uma visão segundo a qual, muitos dos problemas que afligiam a sociedade tinha uma causa desconhecida, ignorada ou se remetia a uma explicativa fora da sociedade, na resignação e vontade de um ente divino para explicar muitos dos fenômenos sociais.  Com o surgimento das ciências sociais muitas das interpretações sobre os fenômenos sociais foram desnaturalizados por meio da investigação sistemática, isto é, os reais fatores geradores e suas possíveis causas foram exploradas a partir das relações sociais como desencadeadores de tais questões e não por meio de justificativas externas  (KAUCHAKJE, 2008). Diante dessa reflexão inicial procurar-se-á analisar as desigualdades sociais em Alagoas, especificamente na cidade de Maceió, onde há uma predominância de internacionalização da economia em relação aos demais municípios alagoanos. A internacionalização da economia é caracterizada pela grande circulação do cap

O recurso cibernético e artístico em sala de aula

 Algumas escolas disponibilizam aos professores e alunos diversos materiais do tipo cibernético como data show, notebook, Laboratório de informática e computadores conectados com a internet. Cada vez mais o uso destas tecnologias fazem parte da rotina da escola e a adesão a esses instrumentos voltados para a educação vem se afirmando como necessária (LEITURA COMPLEMENTAR: RECURSOS DIDÁTICOS). Para explorar um recurso cibernético nas aulas de sociologia pensou-se em criar um Álbum de fotografias no Facebook onde os estudantes postarão imagens de suas interações e experiências com base nos contatos sociais primários (família, vizinhança, suas relações sociais, etc.). E os contatos sociais secundários como os contatos impessoais, calculados, formais. Ex.: passageiro e cobrador de ônibus, vendedor e consumidor, o contato via Facebook, e-mail, celular também são exemplos de contatos secundários (LAKATOS, 1985). Esse tipo de atividade visa instigar no aluno que o compartilhamento e a

O Recurso eletrônico em sala de aula 

 Além do recurso didático analógico, outra possibilidade de se trabalhar com os alunos é com a utilização dos recursos eletrônicos. Os recursos didáticos estão presentes na escola e na sala de aula, no acesso as redes sociais, por meio de smartfones, notebooks, tabletes, computadores, etc. Nós professores devemos utilizar esses recursos em prol da educação associando-os à aprendizagem, relacionando expressões do cotidiano do aluno com os conteúdos curriculares. Os recursos didáticos do tipo eletrônico possibilitam múltiplas variedades de seu uso na sala de aula, pois esse tipo de recurso está bastante disseminado no cotidiano de professores e alunos, no entanto o manuseio e domínio desses instrumentos deve estar contemplado no plano de aula, sendo aconselhado sua antecipação antes da aula propriamente dita (MARTINS, 2016).  O uso de recurso didático eletrônico requer do professor a habilidade para conectar os conteúdos de sociologia aos instrumentos utilizados, assim se o docent

Recurso analógico na sala de aula

 Apesar da diversidade de recursos didáticos existentes no campo do ensino, na maioria das vezes impera o recurso didático analógico. Essa predominância se deve ao fato de que o recurso analógico é um tipo de intervenção pedagógica geralmente disponível nos ambientes escolares, tem um baixo custo em relação aos recursos eletrônicos ou informatizados, sua utilização e importância também é reforçada nos cursos de capacitação e treinamento, tanto que nos cursos de formação para professores no nível de graduação e de formação continuada há uma prevalência no trato desse recurso (PARENTE; VALLE; MATOS, 2004).  O recurso analógico caracteriza-se por ser de baixo custo e por se apresentar como instrumentos de rápido manuseio e domínio por parte do professor. Em geral o recurso analógico é bem conhecido entre os estudantes devendo sua utilização ser dinâmica e até combinada com outros recursos para prender a atenção e despertar o interesse pelo aprendizado (O USO DE RECURSOS DIDÁTICOS NO

Como se elabora um plano de aula?

 O plano de aula entendido como proposta do professor sobre uma ou mais aulas é um instrumento que detalha objetivamente os procedimentos indispensáveis ao processo de ensino aprendizagem, de modo que se o professor não apresenta um planejamento de suas aulas significa que não há proposta para os alunos e a escola. Essa postura deve ser superada tanto pelos que iniciam na profissão quanto aqueles que já dominam seus conteúdos. No plano de aula alguns elementos são indispensáveis como os objetivos, os conteúdos, procedimentos de ensino (metodologia), sugestões de recursos didáticos e apresentar com clareza como será feita a avaliação (MAIA; SCHIEBEL; URBAN, 2009).  É interessante observar como há um diálogo entre diferentes autores ao assumirem uma concordância sobre a estrutura apresentada do plano de aula. Essa estruturação é observada por Oliveira (2011) que faz uma descrição sucinta, ressaltando a importância de cada uma delas. Assim,  a professora orienta que os objetivos po